O deputado Chiquinho Brazão, recentemente desfiliado do União Brasil, solicitou ao presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal, Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), a realização de um novo sorteio para definir a relatoria do processo que pode levar à cassação de seu mandato. A solicitação ocorre após a escolha da deputada Jack Rocha (PT-ES) como relatora, decisão contestada por Brazão por alegar que Rocha já manifestou publicamente sua posição sobre o caso, o que comprometeria sua imparcialidade.
AGILIDADE DO PROCESSO: Após a prisão de Brazão em 24 de março, Rocha fez postagens nas redes sociais afirmando que a demora em se pronunciar sobre o tema estava "manchando a imagem da Câmara Federal". Em representação, o advogado Cleber Lopes argumentou que a relatora expressou claramente uma inclinação à cassação do mandato de Brazão e uma necessidade de rapidez no processo, o que levantaria dúvidas sobre sua imparcialidade.
MORTE DE MARIELLE FRANCO: A defesa de Brazão pondera que a antecipação de uma conclusão por parte da relatora pode resultar em uma investigação apressada, prejudicando a apuração adequada dos fatos. O deputado enfrenta acusações relacionadas ao homicídio da vereadora Marielle Franco, supostamente cometido a mando dele e de seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão.
DELAÇÃO PREMIADA: Brazão foi mencionado em acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, que relatou uma "descontrolada reação" de Brazão à atuação de Marielle em relação a um projeto de lei em 2017. Lessa está preso desde 2019, acusado de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.
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