Acredite se quiser: a preservação da Ponte João Luís Ferreira, a Ponte Metálica, que liga Teresina e Timon, tem esbarrado no impasse burocrático sobre a identificação do órgão público responsável pela manutenção. A denúncia foi feita pela superintendente do Iphan, Teresinha de Jesus Ferreira, aos procuradores da República, que participaram de uma reunião na sede do Ministério Público Federal.
Enquanto as divergências sobre a responsabilidade pela manutenção e a capacidade da ponte para suportar o tráfego atual dificultam ações, "há risco nos aparelhos de apoio e lembrando que as passarelas laterais também estão em estado crítico"
Um convênio reúne entidades, como o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), a empresa Ferrovia Transnordestina Logística e o Município de Timon. Apesar disso, apenas o Município de Timon tem interesse contínuo em manter a estrutura funcionando. A superintendente também apontou como necessária a execução de um novo sistema para a parte de concreto da rodovia.A empresa Ferrovia Transnordestina Logística, responsável pelos trilhos, realizou reparos no tabuleiro em 2020-2021, mas que os problemas persistem, incluindo buracos, corrosão e instalação elétrica precária.
O Iphan realiza fiscalizações desde 2018. Desde então, o órgão realiza fiscalizações anuais na Ponte João Luís Ferreira, possuindo um histórico extenso sobre a situação da ponte, com destaque para os problemas estruturais e a falta de manutenção adequada.
O procurador-chefe Marco Aurélio Adão relatou a preocupação com o risco de colapso iminente, segundo avaliação inicial do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea/PI). Ele afirmou que estuda a possibilidade de ajuizar uma ação civil pública com obrigação de fazer em relação à manutenção da estrutura e, conjuntamente com o Iphan, trabalhar para atualizar o convênio de responsabilidades sobre a manutenção da ponte.