Depois de constatar o caos no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) durante o final de semana de carnaval, a vereadora Teresa Britto (PV) visitou os hospitais dos bairros satélite e Pedra Mole, além do hospital Getúlio Vargas (HGV) para verificar se haviam leitos vazios e os motivos pelos quais os pacientes do HUT não estavam sendo deslocados para outros hospitais.
Nas visitas, que ocorreram nessa segunda-feira (03), a parlamentar verificou 52 leitos desocupados nas clínicas cirúrgica, cardiovascular, neurológica, ortopédica e de nefrologia do HGV, além de 20 leitos disponíveis no hospital do Satélite, incluindo enfermaria feminina, clínica cirúrgica, infantil e maternidade - e ainda 33 leitos no hospital são Carlos Borromeo, no bairro Pedra Mole. No total, são 105 leitos subutilizados em apenas três hospitais.
Teresa Britto informou que irá solicitar a transferência de pacientes para esses leitos de maneira a diminuir a superlotação do HUT. A vereadora lembra que irá acionar o Ministério Público com os dados que coletou para responsabilizar os administradores. "Como presidente da COMISSÃO de saúde da Câmara temos a obrigação de agir, não podemos constatar a falha na prestação de serviço público e não fazer nada. A população está sofrendo em um dos serviços mais essenciais, que é a saúde", afirmou, lembrando que continuará visitando outros hospitais de Teresina para analisar a disponibilidade de leitos.
No último domingo, 2, a vereadora esteve no HUT e disse que haviam tantos pacientes que houve óbitos por falta de aparelhos disponíveis. Ela também reclamou da falta de preparação dos gestores para o período do carnaval porque não houve aumento das equipes médicas. "A demanda era tamanha que os equipamentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ficavam "presos" no HUT com os pacientes, já que os aparelhos dos hospitais já estavam todos sendo utilizados, os gestores deveriam ter aumentado a equipe já prevendo essa situação?, lamentou.
Segundo o presidente da Fundação Municipal Hospitalar, Aderivaldo Andrade, o Piauí perdeu 1200 leitos hospitalares em nos últimos 10 anos. ?O grande problema começa na entrada dos pacientes, todos são atendidos juntos, homens, mulheres, crianças, pacientes com infarto, diarreia, tudo na sala de espera. O HUT não foi estruturado tecnicamente, pois não desenhada para ser um Pronto Socorro.
Por telefone, a vereadora Teresa Britto, participou do telejornal Agora, e falou da precariedade do HUT, ratificando o resultado da sua visita aos hospitais. Ela defende também a abertura do Hospital Getúlio Vargas (HGV) como Pronto Socorro.