Com oito obras de creches autorizadas no ano passado com verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o prefeito Luciano Genésio (PP), de Pinheiro, Maranhão, está sob uma grande investigação envolvendo desvios de recursos na área de Educação.
Aliado de nomes fortes do PP , Genésio chegou a ser afastado do cargo em janeiro deste ano após uma operação da Polícia Federal no município. Mas depois de cerca de 40 dias fora do cargo ele voltou graças a uma liminar da Justiça. Com cerca de 84 mil habitantes, o município, que é um dos que mais se beneficiaram do programa Proinfância na região, conforme revela reportagem do GLOBO, vive em meio a denúncias de desvios de orçamento público e de notícias envolvendo o enriquecimento do prefeito, que está construindo uma casa com mais de 30 cômodos, com direito à pista de pouso, no Povoado Apertado.
- Eu não saí do zero. Já tinha uma vida. A casa é grande, mas é mais comprida do que larga. Não são tantos quartos assim. A pista de pouso é do meu pai que é fazendeiro e mora logo em frente. No momento, obra está até parada - explica, informando que o imóvel tem 1.300 metros quadrados de área construída e que pode parecer maior porque os cinco quartos têm closet e banheiros grandes.
Um dos poucos adversários do prefeito, o vereador Felipe Chicão (MDB) de Pinheiro chegou a entrar com um pedido de instalação de uma CPI para verificar desvios da atual gestão municipal e de afastamento definitivo de Genésio, mas o requerimento foi recusado pela Câmara Legislativa. Ele diz ainda que, no ano passado, também houve suspeitas de malversação de recursos públicos para o combate à Covid-19.
Em março deste ano, a PF desarticulou um suposto esquema de fraudes em licitação, superfaturamento e simulação de fornecimento de alimentos para merenda escolar. As fraudes teriam ocorrido no âmbito do Programa de Alimentação Escolar do FNDE. Os contratos teriam sido fechados coma prefeitura de Pinheiro, mas também com as administrações de São Bento e Peri-Mirim.
De acordo com a PF, os contratos foram firmados com as principais associações rurais da região e teria sido apurado o desvio de quase totalidade dos recursos. Entre 2018 e 2021, somente as três prefeituras teriam se envolvido em irregualridades calculadas em R$ 3,8 milhões. Os valores desviados teriam chegados a agentes públicos, segundo a PF, através dessas associações e de empresas de fachada.
Luciano Genésio ao lado da esposa Thaiza Hortegal e o irmão Lúcio André Foto: Arquivo Pessoal