Durante entrevista, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que o Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão e o secretário de segurança do Estado, Roberto Sá, não conseguem controlar a Polícia Militar.
“Nós já tivemos conversas —ora eu sozinho, ora com o Raul Jungmann (ministro da Defesa) e o Sérgio Etchegoyen (chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) —, conversas duríssimas com o secretário e Segurança do Estado e com governador. Não tem comando”, declarou.
Ele afirmou ainda que o comando da Polícia Militar no Rio de Janeiro acontece junto com ‘deputado estadual e com o crime organizado’ e que ‘vários comandantes de batalhões são sócios do crime organizado no Rio de Janeiro’.
Para o ministro, não há dúvidas de que o assassinato do tenente-coronel Luiz Gustavo Teixeira, morto na última semana, não foi resultado de um assalto. “Esse coronel que foi executado ninguém me convence que não foi acerto de contas. Ninguém assalta dando dezenas de tiros em cima de um coronel à paisana, num carro descaracterizado. O motorista era um sargento da confiança dele.”
Na avaliação do ministro, há uma mudança no perfil do comando da criminalidade no Rio, uma horizontalização, já que os “chefões do tráfico estão trancafiados em presídios federais”, o que, para ele, fez crescer o poder de capitães e tenentes da política.
“Aí é onde os comandantes de batalhão passam a ter influência. Não tem um chefão para controlar. Cada um vai ficar dono do seu pedaço. Hoje, os comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio.”