Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Lula (PT) enfrenta dificuldades na relação com a Câmara dos Deputados, comandada por Arthur Lira (PP-AL) e dominada pelo Centrão. Apesar de os partidos de esquerda serem minoritários na Casa, o presidente conseguiu aprovar no ano passado pontos importantes de sua agenda, como o novo marco fiscal e medidas destinadas a aumentar a arrecadação. Entretanto, a estabilidade dessa aliança é constantemente posta à prova pelas diversas prioridades e interesses políticos que permeiam o Congresso.
prioridades do governo
Neste ano, as prioridades do governo são a regulamentação da reforma tributária e acordos que viabilizem a extinção gradual da desoneração da folha de 17 setores da economia e dos municípios. Negociações nesse sentido estão em curso e caminham para um entendimento, que deve ser facilitado pela decisão do Planalto de empenhar uma quantidade recorde de emendas parlamentares nos quatro primeiros meses de 2024. Esse movimento busca garantir o apoio necessário para a aprovação das propostas mais críticas para o governo.
Relação Lula, Lira e Centrão
Uma pesquisa Genial/Quaest realizada com 183 deputados federais mostrou que 58% deles consideram provável a aprovação da regulamentação da reforma tributária, que é objeto de concordância entre Lula, Lira e o Centrão. Apenas 8% disseram ser improvável a chancela a essa iniciativa. No entanto, o mesmo otimismo não se aplica a outras propostas, que encontram maior resistência e polêmica entre os parlamentares, refletindo o clima de incerteza e disputa política que caracteriza o cenário atual.
projetos rejeitados
Entre os projetos rejeitados, destaca-se o PL das Fake News, com 45% dos deputados entrevistados afirmando ser improvável sua aprovação. Já 25% acreditam na viabilidade do texto, que se transformou em munição no embate político. Defensores do projeto alegam que ele coibirá a proliferação de informações falsas e ameaças à democracia na internet, enquanto bolsonaristas argumentam que o objetivo é cercear a liberdade de expressão.
Outra proposta que enfrenta rejeição é a PEC do Quinquênio, com apenas 17% de apoio, e a reforma administrativa, com 13%. Ambos os projetos estão longe de alcançar consenso, ilustrando as dificuldades do governo em implementar reformas estruturais num Congresso dividido.
Para mais informações, acesse meionews.com