Conselho vota nesta terça relatório que pede cassação de Cunha

Aliado do peemedebista diz que deve pedir a ele que renuncie

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O Conselho de Ética da Câmara terá nova sessão nesta terça-feira (14) para votar o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) sobre o caso do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O relatório de Rogério recomenda a perda do mandato do peemedebista. A sessão está marcada para 14h30.

A análise do texto estava prevista para ocorrer na semana passada, mas foi adiada para esta semana em uma estratégia de adversários de Cunha para ganhar tempo e tentar conquistar votos pela cassação.

 Desta vez, diante da possibilidade de ver o parecer de Rogério derrotado no colegiado, adversários do peemedebista avaliam a possibilidade de pedir um aditamento da representação contra Cunha. Com isso, pretendem adiar, novamente, decisão sobre o parecer.

Os parlamentares que defendem o parecer de Rogério avaliam pedir o aditamento da representação com fatos revelados na semana passada, como a abertura de ação penal contra a mulher de Cunha, Cláudia Cruz, por suspeita de crimes relacionados à manutenção de uma conta na Suíça.

Também seria incluído no pedido de aditamento denúncia contra Cunha, apresentada na última sexta (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo suposto envolvimento do peemedebista em desvios nas obras do Porto Maravilha no Rio de Janeiro. A acusação se baseia nas delações premiadas dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia.

O pedido de aditamento pode ser feito se os adversários de Cunha verificarem ausência de votos suficientes para aprovar o parecer de Rogério. Neste caso, caberá ao relator decidir sobre o aditamento e ele pode pedir tempo para analisar a solicitação. Se o aditamento for aprovado, será reaberta a instrução do processo e concedido prazo de cinco sessões para a defesa do presidente afastado.

No Conselho de Ética, Cunha é acusado de mentir à CPI da Petrobras quando disse, no ano passado, que não possuir contas bancárias no exterior. Posteriormente, ele foi denunciado pelo procurador-geral da República sob a acusação de usar contas na Suíça para ocultar propina de contratos com a Petrobras.

Cunha nega manter contas bancárias no exterior, mas admite ser beneficiário de trustes (entidade que administra propriedades e bens em nome de um ou mais beneficiários mediante outorga).

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