Conversas de WhatsApp obtidas pela Polícia Federal indicam que o general Walter Souza Braga Netto buscou acessar informações sigilosas e influenciar a narrativa entre os investigados, segundo consta na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
O general Braga Netto está preso. Ele é um dos investigados pela tentativa de golpe de Estado. Uma perícia realizada no celular do pai de Mauro Cid mostrou intensa troca de mensagens com Braga Netto. O objetivo era obter dados sobre a colaboração premiada de Mauro Cid, conforme o documento do ministro.
Todas as mensagens trocadas pelo aplicativo WhatsApp foram apagadas nas primeiras horas do dia 8 de agosto de 2023, três dias antes da operação "Lucas 12:2", que investigava o desvio de presentes de alto valor (joias) recebidos por Jair Bolsonaro. No dia anteior, o pai de Cid e Braga trocaram mensagens.
O QUE CONSTA NAS CONVERSAS?
As conversas se relacionam, no mesmo contexto, com trocas de mensagens realizadas no dia 12 de setembro de 2023 entre Mário Fernandes e o coronel reformado Jorge Kormann. Em contrapartida, Mário Fernandes relatou que os pais de Mauro Cid ligaram para os generais Braga Netto e Augusto Heleno, informando que "é tudo mentira”.
O QUE DIZ A PF?
A Polícia Federal concluiu que Braga Netto tentou obter dados sigilosos do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid através de contatos telefônicos com o pai do colaborador. O objetivo era controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados e consolidar o alinhamento de versões entre os investigados.
Em depoimento, Mauro Cid confirmou que Braga Netto tentou obter informações do acordo de colaboração por meio de seu pai, logo após sua soltura. O pai de Mauro Cid também confirmou.
(As informações são do blog da Andréia Sadi)