Ao analisar a ata mais recente da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), realizada na manhã desta terça-feira (27/6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou o tópico do documento que aborda a divergência interna entre os membros do colegiado em relação às futuras decisões sobre a taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 13,75% ao ano.
Conforme mencionado na ata, os próximos passos a serem tomados pela autoridade monetária em relação à taxa Selic foram motivo de divergência entre os membros do Copom. Um bloco majoritário demonstrou a possibilidade de iniciar a redução dos juros já na próxima reunião do colegiado, que ocorrerá em agosto. No entanto, um grupo menor adotou uma postura mais cautelosa e preferiu aguardar por mais informações antes de tomar uma decisão.
“Estou vendo a repercussão de como os analistas estão recebendo a ata. Eu penso assim: o item 19 da ata é o mais importante para nós neste momento, analisar direitinho como é que estão os humores”, iniciou o ministro, ao ser questionado por jornalistas sobre como analisou a ata.
O item 19 frisa: “Observou-se divergência no Comitê em torno do grau de sinalização em relação aos próximos passos. A avaliação predominante (dos integrantes do Copom) foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.
Conforme destacado pelo Copom, embora tenham ocorrido divergências entre os membros, houve unanimidade em relação ao fato de que os próximos passos da política monetária estarão condicionados à evolução da dinâmica inflacionária. Especificamente, os componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, as expectativas de inflação, especialmente as de longo prazo, as projeções de inflação, o hiato do produto e o balanço de riscos serão considerados para embasar as decisões futuras.
De acordo com o ministro da Fazenda, ele acredita que há sinais indicando que a política fiscal conduzida por sua pasta está seguindo na direção correta. Ele ressalta que a autoridade monetária deve levar em consideração esse esforço. O ministro acredita que existe um consenso em relação à trajetória futura das taxas de juros. Além disso, ele destaca a desaceleração significativa do crédito no Brasil e salienta a importância de considerar o trabalho realizado pelo governo e as tendências de todas as variáveis econômicas ao avaliar a situação da economia brasileira.