O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), disse que vai pedir à Procuradoria da República no Distrito Federal o compartilhamento das investigações que apuram supostas irregularidades na concessão de créditos consignados a servidores da Casa. O caso envolve o ex-diretor-geral Agaciel Maia e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi.
?Vou pedir a investigação compartilhada porque a corregedoria tem a missão de analisar os casos que envolvem senadores. Não há parlamentares envolvidos no momento, mas já vamos nos adiantar?, justificou o corregedor.
Tuma disse que vai despachar um ofício com o pedido nesta quinta-feira (30) ao procurador Gustavo Pessanha, que comanda as investigações. No último dia 22 de julho, a Procuradoria da República no DF admitiu ter pedido a quebra de sigilo bancário de Agaciel e Zoghbi. A medida foi adotada no começo de maio, quando Pessanha solicitou à Polícia Federal a abertura de investigação sobre o caso.
O corregedor do Senado se reuniu com Pessanha nesta semana. Segundo ele, o procurador revelou que conseguiu acelerar o processo de quebra de sigilo bancário dos ex-diretores.
Ainda segundo Tuma, o trabalho de Pessanha também prevê o rastreamento de dados envolvendo transações financeiras no mercado de ações. Essa investigação sobre possíveis operações em nome dos envolvidos na bolsa de valores será realizada a partir da autorização do Banco Central. A Corregedoria do Senado conta com a assessoria de dois técnicos do BC que, segundo Tuma, serão utilizados nesse trabalho. Segundo o procurador, não há nada de anormal na ajuda do Banco Central.
Outra medida adotada pelo procurador diz respeito ao fornecimento de dados de todos os bancos que atuaram no mercado de crédito consignado no Senado.
Alegando que o caso tramita em segredo de Justiça, o procurador não comentou as demais medidas destinadas a apurar movimentações no mercado financeiro de Agaciel e Zoghbi.
O G1 procurou o ex-diretor-geral Agaciel Maia por telefone e anda aguarda o retorno dos recados. O advogado de Zoghbi, Antônio Carlos de Almeida Castro, afirmou que as medidas adotadas pela Procuradoria são positivas. ?Quanto mais investigarem essa questão fiscal, melhor. Não há nenhuma preocupação quanto as movimentações financeiras do Zoghbi?, afirmou o advogado.