Corte no Orçamento mira emendas e preserva o PAC

Mais de 80% dos projetos dos parlamentares vão acabar ficando na gaveta este ano

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Em meio a uma tensa negociação com sua base no Congresso para garantir a aprovação do salário mínimo de R$ 545, o governo anunciou na última quarta-feira (9) um corte de R$ 50 bilhões em suas despesas. Boa parte desse valor será cumprido por emendas de parlamentares [propostas que destinam recursos para uma obra ou um projeto] ao Orçamento de 2011.

Dos R$ 21 bilhões incluídos pelo Legislativo na programação de gastos deste ano, R$ 18 bilhões, cerca de 86%, deverão ser decepados, segundo informou fonte do Palácio do Planalto.

Enquanto os parlamentares ficarão com seus projetos dormindo nas gavetas dos ministérios, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sairá ileso do aperto. Ele não será reduzido nem terá projetos adiados, afirmou ontem a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Ela, porém, não confirmou a magnitude dos cortes nas emendas.

Num claro enfrentamento das pressões do Congresso, o governo previu que o mínimo de 2011 será mesmo de R$ 545, reforçou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Se o valor for maior, serão cortadas mais despesas. O mesmo será feito se for aprovada a revisão da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.

O enxugamento de gastos atingirá também o setor produtivo. O Tesouro vai reduzir os volumes que repassa ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a título de subsídio.

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