Apesar das críticas da oposição, a CPI da Petrobras aprovou, por unanimidade, nesta quinta-feira (6) o plano de trabalho do relator, Romero Jucá (PMDB-RR). Por acordo, temas polêmicos ficaram para ser analisados depois –entre eles a possibilidade de investigação sobre a Fundação José Sarney. Inicialmente, 20 pesoas serão convidadas a depor na CPI. Na próxima terça-feira será iniciada a fase de tomada de depoimentos com a presença prevista do secretário-interino da Receita Federal, Otacílio Dantas Cartaxo.
Entre os depoentes contemplados no plano de Jucá estão ainda os presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, além de oito diretores e gerentes da estatal e outros quatro da agência. Os 66 requerimentos que Jucá desejava rejeitar de imediato serão debatidos no decorrer dos trabalhos da comissão.
Todas as testemunhas serão apenas convidadas e não têm a obrigação de comparecer à comissão nem de assinar um documento se comprometendo a dizer a verdade. Outro tema que provocou discussão foi a convocação da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira. Ela deixou o cargo após o questionamento à suposta manobra contábil da estatal para pagar menos tributos.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do pedido de CPI, criticou várias propostas de Jucá, como a exclusão da ex-secretária da Receita. Para o tucano, o depoimento seria importante porque a crítica à suposta manobra contábil da Petrobras ocorreu durante a gestão dela. “Vossa excelência eliminou aqueles que possam denunciar, teríamos um tribunal só com advogado de defesa e sem promotor. Desta forma nós não investigaremos.
As causas desta CPI não estariam alcançadas com este modelo, que é competente, mas é parcial. Há dois pesos e duas medidas”, disse o tucano.