Em reunião realizada nesta terça-feira, 13 de junho, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 08 de janeiro aprovou a convocação de auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) para prestarem esclarecimentos sobre os atos que atentaram contra a democracia, com a invasão da sede dos três Poderes da República.
Entre os convocados está o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o Coronel Mauro Cid; e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Com os dois foram encontradas ‘minutas de golpe’, ambos foram presos no decorrer das apurações capitaneadas pela Polícia Federal.
Além deles, o candidato a vice na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Defesa, Braga Netto, também deverá marcar presença; assim como o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Heleno.
Confira abaixo todos que tiveram a convocação aprovada:
Anderson Torres — ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça
Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
Braga Netto — ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente
Augusto Heleno — ex-ministro-chefe do GSI
Gonçalves Dias — ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
Elcio Franco — ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde
Ricardo Cappelli — secretário-executivo do Ministério da Justiça e ex-interventor do DF
Fábio Augusto Vieira — ex-comandante da Polícia Militar do DF
Jorge Naime — ex-comandante de Operações Polícia Militar do DF
Saulo Moura da Cunha — ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Silvinei Vasques — ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
Robson Cândido — delegado-geral da Polícia Civil do DF
George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza — suspeitos de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília
Clima tenso
A reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do dia 08 de janeiro foi marcada pelo acirramento entre os parlamentares da Oposição e os alinhados a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); a base governista propôs a votação em bloco de uma série de requerimentos apresentados pela bancada bolsonarista, o que foi suficiente para provocar o embate.
Pela oposição, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) se levantou contra a rejeição dos requerimentos, sinalizando que o Governo estaria sendo ‘tendencioso’.
“Eles querem rejeitar todos de uma vez só, não podemos permitir que o Governo faça uma investigação tendenciosa, estamos de boa vontade, votamos sim em todos os requerimentos da base do Governo”, disse.
Por sua vez, o deputado federal Rubens Pereira Junior (PT-MA) desmentiu a narrativa que os parlamentares da extrema-direita tentaram criar, pontuando que só do Delegado Ramagem (PL) foram 15 requerimentos aprovados com o voto favorável da base governista, além de outros de Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro, Eduardo Girão, etc.
“Na verdade, somos contra adiar a discussão, porque queremos votar hoje, mas queremos votar em bloco sim aquilo que a gente entende que não ajuda a investigação, a narrativa do deputado Filipe não procede, recomendamos a votação favorável de 15 requerimentos do deputado Ramagem, ele virou base do Governo agora? Votamos a favor de 4 requerimentos do deputado Nikolas Ferreira, ele virou base do Governo agora? aprovamos diversos requerimentos de deputados da Oposição”, disse.
O parlamentar ainda ironizou o discurso dos colegas bolsonaristas, que sinalizaram que querem investigar tudo, porém, não teriam permitido a apuração da suposta fraude no cartão de vacinação do ex-presidente da República.
O deputado Pastor Henrique Vieira, PSOL, complementou, apontando que os representantes da extrema-direita na CPMI tentam inviabilizar a investigação.
“Esse é o curioso caso da extrema-direita que tenta colocar a culpa num Governo que sofreu uma tentativa de golpe. Queremos rejeitar requerimentos que fogem da lógica do plano de trabalho, e que desviam o foco de verdade. Os requerimentos buscam desviar o foco e inviabilizar a discussão, não tem como chegar ao dia 08 sem passar por Mauro Cid e a minuta do golpe, sem passar por Anderson Torres e mais uma minuta de golpe”.
Entre os requerimentos da oposição rejeitados estão os relativos a plano de vôo do presidente Lula e imagens das câmeras internas do Itamaraty.