Em rápida votação nesta quinta-feira (14), a CPI que investiga o bicheiro Carlinhos Cachoeira aprovou as quebras de sigilos bancário, fiscal, telefônico e de SMS dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). A decisão trará à comissão os dados dos dois desde 2002, e não desde 2007, conforme os governistas desejavam inicialmente.
CPI do Cachoeira
Na mesma reunião, a CPI, em uma votação apertada, decidiu adiar a convocação do ex-presidente da Delta Fernando Cavendish. A construtora, segundo a PF, tem Cachoeira como sócio secreto. A comissão também decidiu pela adiação da convocação do ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Luiz Antônio Pagot, que pediu para falar no Congresso, por 17 a 13
Oposicionistas sugeriram receber o ex-diretor-geral do Dnit fora da CPI. "Por que será que têm tanto medo de Pagot e Cavendish? Será que é muito grave o que eles têm a revelar", disse o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). "Se pudermos, vamos ouvir o Pagot em outra sala, em uma sessão informal, em uma reunião política. Aí vamos começar a seguir o caminho do dinheiro e das cumplicidades no mundo político. Esta comissão está sob suspeita, sim."
Na quarta-feira (13), Agnelo se dispôs a entregar os dados à CPI, durante seu depoimento. Com isso, Perillo acabou tomando a mesma decisão, apesar de não ter tomado a mesma medida quando falou à comissão, na terça-feira (12).
O petista já tinha tido seus sigilos desde 2007 quebrados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), por conta de suspeitas sobre sua passagem pelo Ministério do Esporte e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Os dois governadores foram citados em conversas de membros da quadrilha do contraventor Cachoeira, que, segundo a Polícia Federal, indicava membros da gestão tucana e pode ter subornado o ex-chefe de gabinete do petista.