A CPI que vai investigar denúncias contra o governador José Roberto Arruda (sem partido), deputados distritais e secretários de governo foi formalmente aberta nesta quinta-feira (14). Os cinco deputados que integram a comissão discutem as regras de encaminhamento de documentos, condução de testemunhos e até mesmo o nome da CPI.
O deputado Paulo Tadeu (PT) sugeriu que a comissão seja denominada de CPI da Corrupção e não CPI da Codeplan (Companhia de Planejamento do Distrito Federal), como foi grafada da resolução de criação do grupo de investigação. O petista argumenta que os servidores da Codeplan se sentem ofendidos com a designação. De acordo com Tadeu, limitar o nome da comissão a um órgão é um "erro", pois existem outras secretarias e fundações citadas no inquérito da Polícia Federal que apura existência de pagamento de mesadas financiado por empresas terceirizadas pelo GDF (Governo do Distrito Federal).
A mudança no nome da CPI seria uma forma de o governo se distanciar das investigações, pois a Codeplan já foi alvo de denúncias à época da gestão de Joaquim Roriz (PSC), adversário político de Arruda.
A deputada Eliana Pedrosa (DEM) também sugeriu que as informações sobre o inquérito 650 do Ministério Público Federal sejam enviados para a secretaria da CPI e não para a secretaria geral da Câmara. Segundo a parlamentar, a medida preservaria o sigilo das peças.
Ainda hoje, os parlamentares devem votar dois requerimentos. Um deles, do deputado Paulo Tadeu, pede a convocação do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, pivô do escândalo que revelou o esquema de corrupção no governo Arruda. O segundo requerimento pede total acesso às informações do inquérito relatado pelo ministro do STJ (Superior Tribunal Federal) Fernando Gonçalves.
A oposição pretende trazer para a CPI todas as testemunhas arroladas no processo . A comissão é dominada por aliados do governador Arruda. O presidente, deputado Alírio Neto (PPS), integra a base, o vice, Batista das Cooperativas (PRP), é líder do governo, e o relator Raimundo Ribeiro (PSDB) e a deputada Eliana já foram secretários do DF.