Os ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF), pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tornaram-se o foco central da mais recente controvérsia envolvendo a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Tanto Nunes Marques quanto André Mendonça estão sob a mira de possíveis denúncias ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por supostamente dificultarem os interrogatórios de investigados ligados aos crimes relacionados ao ataque bolsonarista que ocorreu há 8 meses.
Nunes Marques deu aval para a ausência da ex-diretora de Inteligência do Distrito Federal, Marília Alencar, enquanto Mendonça permitiu que Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro, faltasse à sessão realizada em 19 de setembro.
O presidente da CPMI, Arthur Maia (União Brasil-BA), já acionou a Advocacia do Senado para apresentar um recurso junto ao STF. Contudo, as chances de êxito parecem limitadas, visto que a CPMI do 8 de Janeiro está próxima de encerrar seus trabalhos, restando poucas sessões para ouvir esses e outros investigados.
A CPMI concentra suas atenções nos ministros militares de Jair Bolsonaro: Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. Nesse sentido, parece que, por enquanto, os envolvidos de menor relevância estão sendo deixados de lado.
O colegiado está considerando acionar novamente o CNJ contra um ministro do STF, alegando que tanto Nunes Marques quanto Mendonça estão prejudicando e impedindo a CPMI de realizar suas funções de interrogatório e investigação.
O CNJ, órgão responsável por fiscalizar a conduta dos magistrados em todo o país, incluindo os ministros do STF, seria encarregado de analisar as denúncias. Caso sejam formalmente denunciados, o conselho avaliará se as ações dos ministros foram, de fato, inadequadas e decidirá se o processo disciplinar deve prosseguir.