Cristiano Zanin antecipa voto e faz 5 a 0 por condenação de Carla Zambelli

Ministros que já se manifestaram defendem pena de cinco anos de prisão por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal

Cristiano Zanin antecipa voto e faz 5 a 0 por condenação de Carla Zambelli | Rosinei Coutinho/SCO/STF Cristiano Zanin antecipa voto e faz 5 a 0 por condenação de Carla Zambelli | Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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O ministro Nunes Marques, do STF, pediu vista nesta segunda (24), interrompendo o julgamento de Carla Zambelli por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. Apesar disso, Cristiano Zanin antecipou seu voto, formando um placar de 5 a 0 para condenação a cinco anos e três meses de prisão, além da perda de mandato.

Nunes Marques tem até 90 dias para devolver o processo ao julgamento. A análise, realizada no plenário virtual, estava prevista para encerrar na sexta-feira. Até lá, os demais ministros podem antecipar seus votos. 

SOBRE O CASO

O caso refere-se a um episódio de outubro de 2022, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais. Na ocasião, Zambelli discutiu com um apoiador do então candidato Lula em uma rua de um bairro nobre de São Paulo e o perseguiu com uma arma. 

Zambelli nega ter cometido irregularidades e afirma que as premissas apresentadas no voto estão incorretas. A defesa do jornalista citado no caso considera que o voto do ministro Gilmar Mendes refaz com precisão os acontecimentos do dia (veja as notas na íntegra mais abaixo).

O julgamento ocorre no plenário virtual, e os ministros têm até sexta-feira (28) para se manifestar sobre o caso. Os outros ministros ainda podem votar, pedir mais tempo ou enviar o caso ao plenário físico. 

O que diz a defesa de Zambelli

"Infelizmente, apesar de a defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ter reivindicado seu legítimo direito de efetivar defesa oral, o pleito sequer foi analisado pelo ilustre relator do processo no STF. Essa seria a melhor oportunidade de evidenciar que as premissas colocadas no voto proferido estão equivocadas. Esse direito do advogado não pode ser substituído por vídeo enviado — cuja certeza de visualização pelos julgadores inexiste. Mas, apesar desse cerceamento da defesa, foram ainda enviados e despachados memoriais com os ministros para motivá-los a ter vistas e examinar minuciosamente os autos."

O que diz a defesa do jornalista Luan Araújo

"Para a advogada Dora Cavalcanti, que representa o jornalista Luan Araújo, perseguido pela deputada federal Carla Zambelli sob a mira de um revólver, o voto do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconstitui com precisão a dinâmica da violência sofrida pela vítima. Relator do processo contra Zambelli no STF, Gilmar votou pela condenação em regime semiaberto e pela perda do mandato da deputada.

Segundo Dora, as imagens captadas por pessoas que filmaram o episódio nas ruas de São Paulo foram essenciais para o esclarecimento dos fatos. “Essas imagens asseguraram a verdade, mostraram que Carla Zambelli não teve sua integridade física ameaçada e reagiu de forma desproporcional e violenta a uma discussão”, afirma a advogada, acrescentando que Zambelli não podia portar sua arma na via pública daquela maneira.

“Não satisfeita em perseguir Luan, que gritava por socorro, ela determinou que ele deitasse no chão, sob a mira de uma arma. Foi importante ter a verdade sobre os fatos preservada. Nossos papel foi levar aos autos os diversos vídeos captados por pessoas como um casal que estava na rua, que teve a coragem de apresentar essas imagens e de testemunhar perante o STF”, acrescenta a advogada. "Carla Zambelli, por sua vez, arrolou quase 20 testemunhas de defesa, mas a maioria delas não estava no local no momento em que o caso aconteceu". 

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