A defesa de Paulo Maluf (PP-SP) disse que o político está "arrasado" com a decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou sua prisão. Um dos advogados afirmou que o deputado federal trata um câncer de próstata.
— Ele está arrasado. Ele não esperava (a prisão). Nenhum de nós esperava — disse o advogado Ricardo Tosto.
A defesa informou que pedirá o benefício da prisão domiciliar para o parlamentar, enquanto aguarda o julgamento do recurso. A justificativa é que, além da idade avançada, 86 anos, Maluf está com a saúde fragilizada.
Maluf descobriu um tumor maligno na próstata em 1997 e, recentemente, passou por sessões de radioterapia no Hospital Sírio-Libanês para tratar a doença, segundo o advogado.— O câncer voltou — disse Tosto.
Por volta das 11h, Maluf deixou a sede da PF em direção à unidade do Instituto Médico Legal (IML), na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, para fazer o exame de corpo delito. Ainda não está definido se ele seguirá para a carceragem da Papuda, em Brasília.Ao tomar conhecimento da decisão do ministro Edson Fachin, o deputado federal teria manifestado a intenção de se entregar imediatamente à Polícia Federal. De acordo com a defesa do parlamentar, mesmo sem um documento formal, Maluf queria se apresentar ainda na noite de terça-feira.
Maluf se entregou nesta quarta-feira pouco antes das 9h na Superintendência da PF, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo. Acompanhado do advogado Ricardo Tosto, ele entrou, de carro, pela garagem privativa, sem falar com a imprensa.Publicidade"Hoje pela manhã ele se entregou à PF, mesmo sem ser intimado", disse, em nota, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
O advogado acrescentou que entrará ainda nesta quarta-feira com uma cautelar junto à presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, e que também procurará o juiz da Vara de Execução de Brasília."A decisão do Ministro Fachin é contrária a toda a jurisprudência do Supremo. E impediu o doutor Paulo de exercer um direito que todo cidadão tem: o do duplo grau de jurisdição!", escreveu Kakay, classificando a decisão de Fachin como "teratológica."