Defesa de Cunha apresenta exames e atestado que mostram aneurisma

Depen informou que Cunha se negou a fazer exames

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A defesa do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentou, nesta quarta-feira (8), exames que mostram o aneurisma cerebral do cliente, além de relatório e atestado médicos. Veja todos os documentos apresentados.

Os documentos foram protocolados na Justiça Federal do Paraná, onde o ex-presidente da Câmara responde a um processo oriundo da Operação Lava Jato.

Na terça (7), em interrogatório ao juiz federal Sérgio Moro – responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância – Eduardo Cunha disse ter um aneurisma cerebral parecido com o da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva. Ela morreu na sexta-feira (3).

Um dos exames foi feito no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), em junho de 2015. Outro, de fevereiro de 2016, é do Americas Medical City, no Rio de Janeiro (RJ).

-O atestado do médico Paulo Niemeyer Filho, assinado nesta quarta, relatou que, em 2015, o tratamento cirúrgico foi recomendado.

-O relatório do médico João G. Pantoja, de 8 de janeiro de 2017, afirmou que Eduardo Cunha precisa de avaliação periódica, a cada seis meses.

-O diretor Departamento Penitenciário (Depen) do Paraná disse que o aneurisma não "exclui a custódia" do deputado cassado, pois a pressão arterial dele é controlada com frequência e ele toma a medicação necessária.

Atestado

O atestado médico, que é desta quarta-feira, apontou que Eduardo Cunha "é portador de aneurisma intracraniano, localizado na artéria cerebral média esquerda".

 No documento, o médico Paulo Niemeyer Filho relatou que o diagnóstico foi feito em julho de 2015, por angioressonância e angiotomografia.

"Na ocasião recomendei ao paciente o tratamento cirúrgico", afirmou o médico no atestado.

Relatório

Em outro documento, um relatório assinado em 8 de janeiro de 2017, o médico João G. Pantoja explicou que o exame de angiotomografia de crânio realizado em 2015 mostrou que as características morfológicas da lesão não favoreciam, naquele momento, um tratamento preventivo imediato.

O exame de fevereiro de 2016, conforme o relatório médico, não demonstrou alterações significativas.

"Como a chance de complicações advindas de alguma forma de tratamento naquele estágio ainda se apresenta considerável, optou-se pela continuada observação e avaliação periódica, tendo sido sugerido reavaliação a cada 6 meses desde o último exame realizado", diz um trecho do relatório médico.

Recusa do exame

Na manhã desta quarta-feira, o ex-presidente da Câmara se recusou a fazer os exames que verificam o aneurisma cerebral, segundo diretor do Departamento Penitenciário (Depen) do Paraná, Luiz Alberto Cartaxo de Moura.

De acordo com Cartaxo, foi a segunda vez que Eduardo Cunha se negou a ser examinado.

"Ressalto, ainda, que essa enfermidade foi revelada no dia 21 de dezembro ao corpo médico do CMP [Complexo Médico-Penal], que solicitou à família e aos advogados que fossem encaminhados os exames e os documentos comprobatórios de tal situação, o que até hoje não aconteceu", havia dito Cartaxo nesta manhã.

Custódia

Cartaxo disse que o aneurisma, se comprovado, não exclui a custódia do deputado cassado, já que pode se romper em qualquer lugar, como na casa dele. "Mesma condição ele teria dirigindo um carro", exemplificou.

O diretor do Depen garantiu que a pressão arterial do ex-presidente da Câmara é controlada com frequência e que ele toma a medicação necessária.

Cartaxo também afirmou que o Complexo Médico-Penal oferece condição de custódia "para qualquer paciente da condição que ele diz ter".

Prisão

O deputado cassado foi transferido ao Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, em 19 de dezembro. Até então, ele estava detido na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense.

Eduardo Cunha foi preso em Brasília, pela Operação Lava Jato, no em 19 de outubro. Ele foi levado a Curitiba no mesmo dia. o ex-presidente da Câmara é acusado de receber propina de contrato da Petrobras para exploração de petróleo no Benin, na África, e usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

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