A defesa de Vinicius Samarane, dirigente do Banco Rural, afirmou nesta quarta-feira aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) que há "excessos evidentes" na denúncia da Procuradoria Geral da República sobre o mensalão e que o banco "paga o preço" por ter controle de suas rotinas bancárias.
Samarane era diretor de Controles Internos do Banco Rural e atualmente exerce o cargo de vice-presidente. Ele é acusado de formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira.
No quinto dia de julgamento do mensalão, os 11 ministros do Supremo ouvem hoje os argumentos de defesa dos réus ligados ao núcleo financeiro descrito pela denúncia. Além de Samarane, o advogado do ex-diretor do banco José Roberto Salgado, Márcio Thomaz Bastos, já falou na sessão de hoje.
Outro argumento usado pela defesa em sua defesa é que as operações da instituição financeira são legais e foram informadas aos órgãos de controle.
Para a Procuradoria Geral da República, ele deixou de comunicar aos órgãos de controle saques de quantias que foram usadas para comprar apoio político ao governo Lula. Também é acusado por irregularidades em empréstimos firmados com o PT e agências de publicidade, que alimentaram o esquema do mensalão, segundo a denúncia.
De acordo com o advogado de Samarane, Maurício de Oliveira Campos Jr., ele Samarane não participava da cúpula do banco na época do escândalo.
"O excesso da acusação parece evidente. Arrasta-se para esse processo pessoas que não se encontram no tempo do que ocorreu. As rotinas bancárias eram, segundo o Banco Central, praticadas por todas as instituições financeiras do país naquele tempo", disse.