O senador Delcídio do Amaral, sem partido após ser expulso do PT, quer anular o processo contra ele no Conselho de Ética do Senado com base em 12 alegações listadas pelos seus advogados de defesa, que incluem a nulidade das provas utilizadas, como a gravação em que aparece planejando a fuga do ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o cerceamento de defesa e a falta de imparcialidade de senadores que integram aquele colegiado.
Delcídio do Amaral faltou a quatro sessões do colegiado em que foi convocado para dar esclarecimentos a respeito das denúncias de envolvimento na Operação Lava Jato. Os advogados de defesa sugerem que a pena de cassação de mandato seja substituída pela de advertência ou afastamento temporário do Senado.
Ao pedir que a gravação seja retirada dos autos, os advogados do senador Delcídio do Amaral justificam que se trata de uma prova "imprestável". O senador foi preso depois que a Polícia Federal teve acesso a uma gravação feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da estatal, durante uma reunião em que Delcídio lhe oferece ajuda financeira para que Nestor Cerveró não contasse o que sabia à Lava Jato. O Conselho de Ética do Senado agendou para terça-feira (3) a votação do relatório do senador Telmário Mota (PDT-RR) favorável à cassação do mandato de Delcídio por quebra de decoro parlamentar.
Caso a maioria do Conselho de Ética não acate o pedido de anulação do processo, o que é dado como certo por integrantes do colegiado, a defesa pretende impetrar um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF).