O delegado da Polícia Federal (PF), William Tito Schuman Marinho, solicitou afastamento internacional e passará a desempenhar suas funções em Paris. Em 2021, Marinho liderou a investigação que examinou as alegações de crime de prevaricação cometido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O então chefe de Estado foi acusado por membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid de não divulgar alegados interesses obscuros de aliados na aquisição da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde (MS). A denúncia veio à tona graças ao ex-deputado Luis Miranda (Republicanos-DF).
O inquérito foi instaurado por ordem da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. Todavia, o relatório de Schuman absolveu o ex-presidente das acusações.
Segundo o delegado, Bolsonaro não estava sujeito a um "dever funcional" de reportar as irregularidades. A conduta do ex-mandatário, conforme Schuman, se caracterizou por uma "omissão no cumprimento de um dever cívico".
O relatório do delegado suscitou críticas por parte de integrantes da CPI, como as do deputado Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Na ocasião, Randolfe chegou a requerer a convocação do diretor-geral da PF, alegando possíveis interferências.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) autorizou Schuman, que já teve atuação na operação Lava Jato, a exercer o teletrabalho diretamente de Paris. Segundo o MJSP, Marinho foi incorporado ao "programa de gestão como uma alternativa à concessão de licença por motivo de afastamento do cônjuge".
Seu período no exterior terá início em 22 de setembro deste ano e se estenderá até 24 de outubro de 2026.
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