Caciques do DEM no Congresso afinaram nesta terça-feira (23) o discurso sobre a ética após a desfiliação e renúncia do ex-governador interino do Distrito Federal Paulo Octávio.
?Estamos fazendo o que nenhum outro partido fez... Estamos dando exemplo?, resumiu o líder da legenda no Senado, José Agripino (RN), reforçando que Paulo Octávio seria expulso da sigla nesta quarta-feira.
?O partido quer mostrar ao Brasil que não convive com a impunidade e a improbidade?, complementou Agripino, que classificou o Governo do Distrito Federal como ?página virada? para o DEM.
O discurso de pioneirismo também foi seguido pelo presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), e pelo líder da legenda na Câmara, Paulo Bornhausen (SC).
Contudo, Paulo Octávio e o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), não chegaram a ser expulsos do DEM. Eles se desfilaram da legenda para evitar a expulsão.
Arruda - que está preso há 12 dias na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília - deixou o DEM em dezembro do ano passado, semanas após a divulgação de vídeos que revelaram o pagamento de propina a deputados distritais, aliados do governo local e empresários.
Mensalões
Além de destacar a atitude ?inédita? na história política nacional, o partido também quer retomar a discussão do mensalão do PT (suposto pagamento para que parlamentares votassem de acordo com as orientações do Executivo).
?Vamos discutir mensalão. O mensalão do PT está mais vivo do que nunca?, afirmou Bornhausen. ?O eleitor, na hora de votar, vai saber como avaliar como cada partido reage?, destacou Rodrigo Maia à GloboNews.
Esse escândalo, que sacudiu o governo Lula em 2005, resultou em 40 pessoas processadas no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre elas, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o deputado José Genuíno (PT-SP), e o empresário Marcos Valério (apontado como operador do esquema).
Fonte: Congresso em Foco