O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que anteriormente apoiava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), surpreendeu ao solicitar que seus seguidores, majoritariamente evangélicos, orassem pela recuperação do presidente Lula (PT). O petista passou por uma cirurgia de emergência na última segunda-feira (9), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para drenar um hematoma intracraniano.
“O que temos que fazer como igreja do Senhor? A resposta é simples: ORAR. Se vc como cristão não consegue fazer isso, por conta do ódio político, lamento dizer que seu Messias não é o meu”, escreveu o parlamentar em uma publicação no X, antigo Twitter. Ele ainda reforçou: “Interceder pelas autoridades é nosso dever”.
Apesar da mensagem de solidariedade, a iniciativa de Otoni gerou reações divididas. Muitos seguidores criticaram sua postura, questionando o apelo religioso com base em interpretações bíblicas. Entre as respostas, destacaram-se comentários como o de conservadores que argumentaram que “Jesus só orou pelos pecadores arrependidos”.
Alguns usuários da plataforma elogiaram o gesto do deputado como uma demonstração de fé ao “orar pelo inimigo”, mas ainda assim rejeitaram o pedido. Uma mensagem de resposta ironizou: “Que Deus possa me perdoar, mas que vá pro diabo que o carregue”.
Estado de saúde do presidente Lula
Na terça-feira (10), os médicos do Hospital Sírio-Libanês atualizaram o estado de saúde do presidente, confirmando que ele apresenta evolução positiva. De acordo com Roberto Kalil, um dos médicos responsáveis, Lula já estava praticamente acordado ao término da cirurgia e foi extubado logo após o procedimento. “Ele está se alimentando e ficará sob observação nos próximos dias”, afirmou Kalil.
A intervenção foi necessária após exames realizados em Brasília identificarem um hematoma de aproximadamente três centímetros no lobo frontal esquerdo. Tomografias e ressonâncias magnéticas confirmaram o diagnóstico, e a remoção cirúrgica foi a medida adotada.
Segundo o neurocirurgião Marcos Stavale, responsável pelo procedimento, a cirurgia durou cerca de duas horas. “O sangramento foi removido, e o cérebro está descomprimido, com todas as funções preservadas”, explicou Stavale, destacando que não houve danos neurológicos ao presidente.