O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) usou dinheiro público custear uma viagem a Curitiba a fim de visitar ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense, em 30 de dezembro do ano passado. O caso foi revelado pelo Jornal O Globo.
Os recursos saíram da cota para exercício de atividade parlamentar, que só pode ser utilizada para esse fim, e não para ressarcir gastos pessoais.
De acordo com o parlamentar, a viagem teve caráter "solidário" e não "político" e alegou ter havido um erro de seu gabinete ao pedir o ressarcimento dos custos. Em nota, o deputado afirma que vai assumir os R$ 1.242,62 gastos em hospedagem e passagens aéreas pelos quais pediu ressarcimento.
Parte dos ressarcimentos está registrada nas prestações de contas da cota de atividade parlamentar do deputado. Da de dezembro, consta um reembolso de R$ 327,58 por uma passagem de Curitiba para Porto Alegre emitida em 29 de dezembro pela companhia Azul. Da de janeiro, R$ 154,35 por hospedagem no Hotel Rochelle, em Curitiba, nos dias 29 e 30 de dezembro.
O deputado nega ter pedido ressarcimento dos gastos com transporte e alimentação feitos durante a viagem.
O deputado Carlos Marun foi um dos principais defensores de Cunha durante o processo que resultou na cassação do ex-presidente da Câmara em 12 de setembro.
Veja a íntegra da nota do deputado
Em relação à visita que fiz no dia 30/12 ao ex-deputado Eduardo Cunha, tenho a declarar o que se segue:
1) Mesmo eu tendo conhecido o ex-deputado em função do meu mandato parlamentar;
2) Mesmo tendo a visita despertado o interesse da grande imprensa nacional e sido objeto de matérias nos principais jornais do país;
3) A mesma não teve caráter político, tendo sido uma visita natalina de caráter solidário;
4) Assim sendo, tendo sido alertado pelo jornal O GLOBO a respeito do assunto, decidi assumir em caráter particular as despesas da mesma, em conformidade com o que se segue:
• Hospedagem: R$ 154,35
• Passagem: R$ 1.088,27
5) Declaro ainda considerar que isto demonstra a absoluta transparência da Câmara Federal no trato das despesas do exercício dos mandatos parlamentares.