Depois dos trabalhos interrompidos no Congresso Nacional por causa da Copa, agora a campanha eleitoral vai deixar o plenário vazio até outubro.
Senadores e deputados decidiram usufruir de férias informais a partir desta semana. O recesso parlamentar de 14 dias, previsto em lei, só poderia começar no dia 18 de julho, após a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015.
De acordo com o jornal O Globo, a votação da LDO ficou para agosto. Em julho, não haverá votações.
Parlamentares recorreram ao recurso do "recesso branco" e, em vez dos 14 dias de descanso neste mês, terão folgas quase diárias até 5 de outubro, dia do 1º turno das eleições.
Eles vão trabalhar apenas uma semana em agosto, quando devem votar a LDO, e outra em setembro. Como é praxe os parlamentares trabalharem apenas de terça a quinta-feira em Brasília, então serão apenas seis dias de atividades até outubro.
O chamado "esforço concentrado", em meio às férias informais, foi acertado pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).
Calheiros justificou o tamanho desse recesso. "A necessidade de deliberar em pleno processo eleitoral pode nos levar para a zona cinzenta de votar matérias que não sejam de interessa nacional ou que sejam entendidas por alguns setores como matérias demagógicas", disse o senador.
A campanha eleitoral torna-se prioridade, portanto, dos parlamentares. A votação de projetos de lei e os debates sobre temas relevantes para a sociedade brasileira ficam em segundo (ou último) plano.
Entretanto, as CPIs da Petrobras ? mista e do Senado ? podem funcionar normalmente durante o recesso branco.
Resta saber se os parlamentares incumbidos das investigações vão focar nelas ou também estarão mergulhados em campanha.