Em um movimento controverso, deputados federais brasileiros estão utilizando transferências especiais, conhecidas como emendas Pix, para fortalecer financeiramente prefeituras comandadas por parentes. Este tipo de repasse, que soma cerca de R$ 4,4 bilhões em 2024, é caracterizado pela baixa transparência, uma vez que não é necessário especificar a área de aplicação da verba, resultando em um reforço orçamentário municipal com pouca fiscalização.
R$ 10,8 milhões em emendas
Entre os beneficiários está o município de Coari (AM), que recebeu mais de R$ 10,8 milhões em emendas do deputado Adail Filho (Republicanos-AM). Ex-prefeito da cidade e com o mandato cassado em 2021, Adail tem seu sobrinho, Keitton Pinheiro, como atual prefeito. Outros parlamentares também direcionaram fundos para Coari, elevando o total para R$ 33 milhões, quase todo o valor previsto para investimentos na Lei Orçamentária do município.
Amapá na liderança, com R$ 44,3 milhões
Macapá (AP) é outro exemplo de cidade amplamente beneficiada, com R$ 44,3 milhões em repasses, sendo que R$ 17,2 milhões foram destinados pelo senador Lucas Barreto (PSD), aliado do prefeito Dr. Furlan, que busca a reeleição. Sena Madureira (AC) também foi agraciada, recebendo R$ 18,5 milhões, dos quais R$ 10,8 milhões foram enviados por Meire Serafim (União Brasil), esposa do prefeito Mazinho Serafim.
O deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) alocou cerca de R$ 10 milhões para Campo Formoso (BA), governada por seu irmão, Elmo Nascimento, que está em campanha para reeleição. Tucuruí (PA), Tauá (CE) e outros municípios também figuram na lista de beneficiados, destacando a influência das emendas Pix na dinâmica política e eleitoral, suscitando debates sobre transparência e abuso de poder.
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