Apontada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro como uma estratégia a ser buscada em Israel para a escassez de água na região semiárida, a dessalinização já é uma realidade no Piauí, com a implantação do programa do Governo Federal ‘Água Doce’ no ano de 2004.
Atualmente, há no Estado 10 sistemas de dessalinização implementados, com investimento médio de R$ 250 mil cada. No Brasil são 575 sistemas do tipo em funcionamento, sendo a maioria instalado no Ceará.
A tecnologia no Brasil é permitida por meio do Programa Água Doce (PAD), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que possibilita através da dessalinização o fornecimento de água com qualidade a populações de baixa renda em comunidades do semiárido.
Em âmbito geral, o programa compreende toda a região Nordeste e o norte de Minas Gerais, onde a disponibilidade hídrica é baixa e a salinidade das águas subterrâneas é elevada.
Neste sentido, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, por exemplo, é uma das instituições que atuou junto ao MMA em sistemas de dessalinização. Assim, a técnica utilizada pelo Laboratório de Referência em Dessalinização (Labdes), do Departamento de Engenharia Química da instituição, é a osmose inversa, ou seja, consiste na passagem da água por membranas filtrantes. A qualidade da água é garantida, haja vista que é essa técnica que possibilita há vários anos o abastecimento em Fernando de Noronha.
No Piauí, implementação do plano do Programa Água Doce teve início em 2010 com metas até 2019, priorizando os municípios mais críticos quanto ao acesso à água. Segundo metodologia do PAD, os municípios do Estado foram hierarquizados a partir do cruzamento de indicadores sociais, econômicos e físicos. Foram utilizados o IDH-M, a taxa de mortalidade infantil, pluviometria e intensidade de pobreza.