As eleições de 2014 vão redefinir a estrutura do primeiro escalão do governo de Dilma Rousseff. Com a possibilidade de candidatura no ano que vem por parte de diversos ministros do governo, a presidente já analisa as possibilidades de substituição para ocupação dos cargos, que serão definidos já no início de 2014, entre meados de janeiro e o Carnaval. Com a saída de Alexandre Padilha do Ministério da Saúde, para a candidatura ao governo de São Paulo pelo PT, já é dada como certa a entrada do secretário de saúde do Ceará, Ciro Gomes, no seu atual cargo. A apresentação oficial deve ser realizada em breve. Além de Padilha, também devem deixar seus atuais cargos os ministros Aguinaldo Ribeiro, Gleisi Hoffmann, Aloízio Mercadante, Fernando Pimentel e Antônio Andrade. Nesta quarta-feira (18), a presidente Dilma Rousseff ainda comentou o futuro de Guido Mantega, e confirmou que o ministro será mantido na pasta da Fazenda.
A saída de Padilha do cargo daria lugar ao secretário-executivo Mozart Sales no cargo de ministro, como defendiam os petistas. Apesar disso, Ciro Gomes teria vencido a concorrência por ser mais preparado para enfrentar o debate político com a oposição em ano eleitoral. Antes de ser secretário de saúde do Ceará, posto que assumiu em setembro, Ciro Gomes chegou a criticar o programa mais importante da pasta da Saúde, o Mais Médicos. Depois, voltou atrás e defendeu a necessidade da iniciativa.
Outra mudança que deve acontecer é a saída de Gleisi Hoffmann da pasta da Casa Civil, para concorrer ao governo do Paraná pelo PT, dando lugar a Aloízio Mercadante, atual Ministro da Educação. A mudança já tinha sido pensada anteriormente, mas Mercadante perdeu força quando Dilma desaprovou algumas de suas articulações. Dessa vez, Mercadante volta a ser pautado para o cargo, e deve deixar de lado o comando da reeleição da presidente, função que também chegou a ser cogitada e que ainda não foi totalmente descartada. Outros dois nomes foram levantados para assumir a pasta da Casa Civil: Miriam Belchior, ministra do Planejamento e o secretário-executivo da Previdência, Carlos Eduardo Gabas. Porém, Mercadante segue como nome mais forte.
A nomeação do empresário Josué Gomes da Silva, filho do vice-presidente José Alencar, para o posto de Fernando Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, também está em análise pelo governo Dilma. Pimentel vai concorrer também pelo Partido dos Trabalhadores ao cargo de governador de Minas Gerais. Uma possível contrariedade à candidatura de Pimentel por parte do ex-presidente Lula chegou a ser comentada na imprensa, mas Pimentel desmentiu as informações. Lula teria manifestado interesse em filiar Josué Gomes ao PMDB, tentando implantar a candidatura do empresário ao Executivo de Minas.
O empresário Josué Gomes também foi chegou a ser citado como possível candidato a ocupar o cargo de vice do petista Pimentel, mas a cúpula peemedebista mineira optou por Antônio Andrade, atual Ministro da Agricultura, que deve ser mais um a abandonar o cargo no início do ano que vem. Quem também vai abandonar o cargo de magistrado no ano que vem é Aguinaldo Ribeiro, Ministro das Cidades, que confirmou candidatura ao governo da Paraíba pelo Partido Progressista (PP). Aguinaldo deve ser substituído pelo senador Ciro Nogueira, também do PP. Já o senador Vital do Rêgo, do PMDB, deve ser finalmente nomeado para o Ministério da Integração Nacional, cargo prometido ao partido desde que o PSB anunciou saída do governo.
Na quarta-feira (18), Dilma afirmou que ainda não definiu as mudanças que serão feitas nos ministérios, mas garantiu a permanência de Guido Mantega no Ministério da Fazenda. A presidente foi enfática em relação ao ministro, e afirmou que Mantega está "perfeitamente no lugar onde está".