Dilma diz que enfrenta golpe de Estado e que se sente injustiçada

Presidente convocou uma coletiva nesta segunda-feira (18)

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Injustiçada e indignada. Foi assim que a presidente Dilma Rousseff resumiu seus sentimentos no fim da tarde desta segunda-feira (18), menos de um dia depois de a Câmara dos Deputados aprovar a admissibilidade do seu processo de impeachment. "Tenho ânimo, força e coragem suficiente. Não vou me abater. Vou continuar lutando como fiz ao longo de toda a minha vida. Não vão matar em mim a esperança", disse.

"Injustiçada porque considero que esse processo é um processo que não tem base de sustentação. A injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa, mas também quando de uma forma absurda se acusa alguém por algo, primeiro que não é crime, e segundo acusa e ninguém se refere a qual é o problema. Eu assisti ao longo da noite de ontem a todas as intervenções, e não vi uma discussão sobre o crime de responsabilidade que é a única maneira de se julgar um presidente da República no Brasil", afirmou a presidente.

"Eu não os fiz ilegalmente (sobre as chamadas pedaladas fiscais), não cometi os atos beseados em ilegalidade. Tenho certeza que todos sabem que é assim. Além disso, é muito interessante que contra mim não há acusação de enriquecimento ilícito. Por isso, me sinto injustiçada, porque aqueles que praticaram atos ilícitos e têm contas no exterior presidem a sessão e conduzem sessões importantes como a do impeachment de um presidente da República", disse, se referindo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Em nenhuma democracia do mundo uma pessoa que fizesse isso seria respeitado porque a sociedade humana não gosta de traidores", completou, se referindo a Michel Temer, do PMDB, partido que debandou do governo há cerca de 20 dias.

"Nenhum governo poderá ser legitimo sem ser por obra do voto secreto, direto em eleição convocada previamente para esse fim, na qual todos os cidadãos participem", afirmou a presidente. 

Dilma confirmou  que o deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) não voltará ao cargo de Secretário da Aviação Civil. Ele fora exonerado para poder votar no processo na Câmara.

Ao longo desta segunda, lideranças do PT e de partidos aliados deram declarações afirmando que a presidente não estava abatida com o resultado adverso.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a presidente estava "otimista" em relação ao andamento do processo no Senado. "A presidente está otimista. É impressionante como o astral da presidente está de bom tom, animada e solidária", afirmou Guimarães.

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