A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), afirmou nesta quarta-feira, durante inauguração do gasoduto Cabiunas-Reduc III (Gasduc III), em Duque de Caxias (RJ), que gostaria de subir em um palanque com o deputado Ciro Gomes (PSB). "Eu convivi com ele diariamente durante o primeiro governo do presidente Lula. Tenho uma admiração por ele, acho ele uma pessoa leal, correta, inteligente, capaz, uma pessoa de opinião", disse. "Tenho muito respeito pelo deputado Ciro Gomes e gostaria de estar no palanque com ele, mas essa é uma decisão que não é minha, é dele."
Em pesquisa do CNT/Sensus, divulgada na segunda-feira, Ciro aparece em terceiro lugar, com 11,9% das intenções de voto, atrás do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que soma 33,2%, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), com 27,8%. Setores do PT negociam, no entanto, que Ciro dispute o governo de São Paulo e abra mão da candidatura à Presidência.
O gasoduto inaugurado hoje, que pode transportar o gás natural produzido nas bacias de Campos e Espírito Santo, o gás importado da Bolívia e o gás proveniente do Terminal de Regaseificacao da Baía de Guanabara, representa um passo estratégico importante em direção a independência do Brasil em relação ao gás da Bolívia, segundo ela.
Durante o discurso de inauguração, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a prioridade número um do momento é energia elétrica. "Se tiver uma crise grande de energia, a primeira coisa que vamos fazer é usar o gás para garantir energia elétrica na casa de cada brasileiro", disse o presidente, afirmando que essa é mais uma das obras do PAC inauguradas.
"Se for somado tudo o que os políticos investiram em saneamento básico nos últimos anos, não dá um terço do que investimos. Vocês vão ter uma surpresa com o que vai acontecer com comunidades carentes, como a Rocinha", afirmou. "O que estamos fazendo agora e um processo de reparação da irresponsabilidade dos outros governantes que permitiram que as pessoas morassem em áreas inadequadas. Os prefeitos tem que ter a coragem de não permitir que isso aconteça."
Ao ser aplaudido pelos trabalhadores responsáveis pela construção do gasoduto, o presidente falou sobre o recente problema de pressão. "Esse negócio de ser corintiano é um sofrimento danado. O coração às vezes sai pelo pé", disse. "Mas se tem uma coisa que me orgulha é a minha pressão, que regularmente é de 11 por 7. E, se as pessoas pensam que eu vou ficar sentadinho em Brasília depois disso, vão se frustrar. Só de obras da Petrobras, vamos inaugurar três no próximo mês."