Dilma R. diz que “perdoa” vaias para não guardar “veneno do ódio”

Ela participou de encontro estadual do PT em Pernambuco ao lado de Lula. Presidente diz que campanha será “talvez a mais dura” que PT já enfrentou.

Dilma e Lula em encontro do PT Pernambuco, no Recife | reprodução/internet
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A presidente Dilma Rousseff afirmou na noite desta sexta-feira (13), durante Encontro Estadual do PT em Pernambuco, que "perdoa" os torcedores que a hostilizaram durante a partida de abertura de Copa do Mundo na quinta (12), em São Paulo.

Mais cedo, em evento no Distrito Federal, ela havia afirmado que não se deixaria "abater". Na noite desta sexta, ela voltou a falar sobre o assunto e disse que é preciso perdoar para não guardar o "veneno do ódio" no coração.

"Eu já aguentei muita coisa, agressão física, tortura, e não mudei de lado. E nem saí querendo acabar com as pessoas que fizeram. Não tive rechanchismo. Quem perdoa, ganha. E "perdoa" não é esquecer, "perdoa" não é discutir, "perdoa" não é aceitar que se repita ou compactuar com isso. "Perdoa" é não deixar que entre no seu coração o veneno do ódio. Esse veneno do ódio que nem eu e nem vocês podemos deixar entrar no coração", afirmou a presidente.

Dilma falou depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a acompanhou no evento. Ele afirmou que vê risco de a campanha eleitoral deste ano se tornar violenta e pediu que Dilma não fique com raiva em função do episódio.

Em sua fala, a presidente disse concordar que o PT terá uma "campanha duríssima pela frente".

"Acredito que talvez a mais dura que nós já enfrentamos, e olha que já enfrentamos campanhas duras. Isso vai exigir muito de cada um de nós. Eu sei que que está nas mãos de vocês essa campanha. A nossa diferença é que temos essa militância. A cada derrota, eles se desesperam, o que os leva a agredir, insultar e a mentir", afirmou Dilma.

A presidente citou que os adversários sempre criticaram os principais programas do governo federal e que, segundo ela, só trouxeram benefícios para a população, como o Bolsa Família, Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida. Ela destacou que "eles" também não acreditavam que o Brasil conseguiria sediar a Copa do Mundo.

"Eles combateram tudo o que nós fizemos [...] Eu acho, mais uma vez, que eles subestimam a inteligência do povo brasileiro. Quem pensam que podem enganar? Como podem fazer melhor o que sempre combateram e tentaram inviabilizar? Prouni e Enem foram contra. Mais médicos foram escrachadamente contra. O Bolsa Família, eles não foram só contra, chamaram de Bolsa Esmola. [...] Vocês viram que eles disseram que não ia ter Copa. Nós vimos o clima de alegria, de torcida, de virada, que nós fizemos no campo ontem [quinta] e que estamos fazendo há onze anos nesse país", frisou Dilma.

Modelo de consumo e economia do Nordeste

A presidente destacou, em seu discurso, que o Nordeste sofreu muito com a seca no último ano, mas que a região tem dados favoráveis de crescimento do consumo e aumento da industrialização.

Segundo ela, o Nordeste tem ao longo dos anos superado o "coronelismo tradicional que fazia das secas, das dificuldades, elementos de vitória política e de conquista de votos".

Ela classificou como "estarrecedor" posicionamento de que há o "esgotamento" do modelo do consumo no Nordeste.

"Eu acho que é estarrecedor, inexplicável, que algumas pessoas, lideranças, falem do esgotamento do modelo do consumo, copiando as elites paulistas. Logo aqui. Nós sabemos que não se esgotou, falta muito ainda para garantir aumento de renda, ampliação do consumo para toda população. Esgotamento de consumo, só o deles, que é extremamente sofisticado", disse.

Dilma afirmou que "o consumo da população brasileira, por muito tempo, será um grande motor da expansão" da economia do país.

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