A presidente Dilma Rousseff quer manter uma agenda política de trabalho, atividades e eventos durante o período em que estiver afastada da Presidência. A intenção é continuar denunciando o “golpe parlamentar”, como tem classificado, e criar a expectativa de que retornará ao poder em até 180 dias, período máximo segundo o qual os senadores devem julgá-la.
Após a votação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai pautar um projeto de resolução que estipula os direitos que Dilma terá. Está previsto, porém, que ela continue ganhando o seu salário integral, permaneça no Palácio da Alvorada e possua a prerrogativa de ser assessorada por um pequeno grupo de pessoas.
Pode ser que Dilma também tenha direito a utilizar aviões da Força Aérea Brasileira, pois na prática ela ainda estará no exercício do mandato. O vice-presidente Michel Temer será tratado como presidente da República em Exercício, e ela, presidenta afastada.
Alguns nomes foram definidos por Dilma para continuar em sua assessoria: o jornalista Olímpio Cruz, ex-secretário de imprensa do Planalto, vai cuidar da comunicação, junto com Roberto Stuckert Filho, fotógrafo oficial da presidenta. A assessora especial Sandra Chagas Brandão, que é conhecida como o “google do Planalto” por se lembrar rapidamente de números e dados de programas do governo, também vai participar da equipe.