Um dia após se encontrar com o vice-presidente Michel Temer para começar a definir de uma vez por todas o restante da reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff se reúne na manhã desta segunda-feira, de maneira separada, com representantes do PMDB da Câmara e do Senado. Dilma quer nomear o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para o cargo de ministro do Turismo, mas os peemedebistas da Câmara não aceitam perder o controle sobre a pasta, hoje comandada por Gastão Vieira (PMDB-MA).
O problema, no entanto, vai além da divisão de ministérios. Dilma quer Eunício na Esplanada para tirá-lo da campanha pelo governo do Ceará. O PT quer apoiar o recém-criado aliado Pros em uma chapa a governador e quer que o PMDB abra mão da candidatura própria. Eunício não abre mão e o impasse se mantém.
Segundo interlocutores do Planalto, Dilma vem sendo chantageada pelo PMDB, apesar de demonstrar estar no comando. Em encontro particular com Temer ontem, ela chegou a dizer que tomaria suas decisões mesmo sem o aval do partido, que é o principal sócio do PT no governo.
Dilma também demonstrou irritação com a rebelião dos peemedebistas da Câmara, encabeçada pelo líder do partido na Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Um sinal da rusga entre ele e a presidente é a sua ausência na reunião que será dedicada à resolução dos assuntos na Câmara. Participam do encontro apenas o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, além de Temer e do presidente do PMDB, Valdir Raupp (PMDB-RO).
No encontro anterior, Dilma recebeu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) e o senador Eunício Oliveira. Ambas as reuniões estão sendo acompanhadas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.