Mexe daqui, mexa acolá. O colo exposto e a manga assimétrica do look rendado deram trabalho para Dilma Rousseff em vários momentos da cerimônia de posse do seu segundo mandato como presidente, em Brasília.
Ao abolir o branco e optar por um tom entre o rosa chá e o off-white, Dilma queria mostrar alguma ousadia estética, ainda que neutralizada pelas cores, e distanciar-se da imagem asséptica do tailleur usado em 2010, quando assumiu o executivo pela primeira vez.
As barras rendadas e a manga mais justa, no entanto, incomodavam a presidente, que puxava as pontas da blusa e ajeitava o relógio de ouro arrematado com sua tradicional pulseira de olho grego - o pingente espantaria o mau-olhado- tentando disfarçar o problema.
O conjunto de saia e blusa foi confeccionado pela gaúcha Juliana Pereira –apesar de a costureira oficial de Dilma Rousseff ser Luisa Stadtlander, também gaúcha, que cuida do guarda-roupa da presidente e de sua família. Os cabelos, mais curtos e iluminados por tons de loiro, têm a assinatura de Celso Kamura. A silhueta em “A” da parte de cima da roupa esconderam os quilos extras da presidente, que antes de assumir a presidência costumava usar looks de alfaiataria, mais sisudos e sóbrios.
As rendas e o tipo de cor usados na posse são comuns em vestidos das noivas que se casam pela segunda vez. Curiosamente, um buquê de rosas foi jogado pelo público quando a presidente subiu a rampa do planalto. Dilma preferiu não usar o acessório quando colocou em si mesma a faixa presidencial - que não caiu tão bem no colo rendado e precisou constantemente ser ajustada por ela.
Outro ponto que chamou a atenção foi a escolha, premeditada e cheia de significados, do visual das outras duas mulheres que apareceram ao lado de Dilma: a filha, Paula, e a esposa de Michel Temer, Marcela. Paula usou um vestido vermelho decotado, a cor do partido da mãe. Já Marcela, centro das atenções na cerimônia de posse de 2010 quando apareceu com um look que valorizava suas curvas, ficou em segundo plano com um vestido simples da alagoana Martha Medeiros. Rendado, era romântico e ficaria apagado se não fosse o laço na cintura.