Nem os votos de todos os eleitores dos 367 deputados que aprovaram o impeachment venceria Dilma Rousseff em uma eleição. A presidente foi escolhida por 54.483.045 de brasileiros. Já os parlamentares que decidiram a abertura do processo tiveram 42.435.106 de votos. No entanto, especialistas alertam que isso não significa falta de representatividade na decisão da Câmara dos deputados.
O baixo número de votos no Congresso é reflexo do sistema de votos proporcionais. Ou seja, nem todo deputado mais votado consegue uma vaga. Isso porque um político precisa atingir um determinado número de eleitores e, a partir disso, os votos que sobram vão para um aliado do mesmo partido ou coligação.
Um exemplo é Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). Ele recebeu 106,6 mil votos em 2014, mas não conseguiu uma vaga. Por outro lado, Fausto Pinato (PP-SP) foi eleito com apenas 22 mil votos, já que, na época, foi beneficiado pelo então companheiro de partido Celso Russomanno (PRB), que teve 1,5 milhões de votos.
Além disso, houve 7.139 candidatos a deputado federal no ano de 2014, o que pulveriza os votos.
Os deputados que votaram contra a abertura do processo de impeachment tiveram, juntos, 13.504.482,00 nas eleições de 2014. O menos votado foi Jozi Araújo (PTN-AP) com 10.007 votos. O recordista de votos do grupo é Reginaldo Lopes (PT-MG) com 310.226 eleitores.