O ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu, afirmou no final da tarde deste sábado, em São Paulo, que apesar de "adversidades", o PT será o maior beneficiado pela reforma política. Ele disse que o fim da reeleição, aprovada na Comissão de Reforma Política do Senado, além da discussão por extinguir o voto obrigatório, são ameaças ao partido, mas ao final a legenda usará sua força para fazer a reforma de acordo com seus interesses. "Querem acabar com a reeleição porque é nosso ciclo histórico, porque nós é que temos condição de reeleger", afirmou.
Apontado como líder do esquema do mensalão petista no governo Lula e réu no Supremo Tribunal Federal (STF), Dirceu palestrou no seminário de conjuntura política do PT em uma rara aparição pública. Foi recebido com aplausos e de pé pela militância. O ex-ministro afirmou que o rival petista PSDB e o aliado no governo PMDB se aliarão pela extinção do coeficiente eleitoral e a adoção do voto majoritário nas eleições proporcionais - o chamado distritão. "Não se enganem, o PSDB e o PMDB caminharão juntos na reforma política", disse.
Falando sobre classe política, Dirceu disse que o maior problema do setor não é a corrupção e os desvios, e elegeu dois inimigos: o que chamou de "poder econômico" e a "mídia". "A desmoralização da classe política permite que o poder econômico e o poder da mídia possa se confrontar ao poder político. Temos que defender os mandatos, defender o Parlamento. Um Congresso forte faz a regulação da mídia, um Congresso fraco não faz", afirmou.
Contra as ameaças aos interesses da classe política e do maior partido do País, a receita de Dirceu é "mobilização". "Temos que estar preparados para o embate da reforma política, inclusive com acúmulo de forças para as disputas que virão", disse.