Disputa pela sucessão de Lira na Câmara é antecipada e tem possíveis nomes

Antecipando a sucessão de Lira na Câmara, deputados da base entram na disputa.

Arthur Lira é presidente da Câmara para o biênio 2023-2024 | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Senado
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A desconfiança do Palácio do Planalto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) está movimentando os bastidores da Casa Legislativa pela sucessão do comando no Poder Legislativo a pouco mais de um ano e meio da eleição - que deve ocorrer só em 2025. Lira não pode concorrer a um novo mandato, afinal, foi reconduzido ao cargo de presidente da Casa para mais um mandato, referente ao biênio 2023-2024. 

O clima interno na Câmara tem levado os parlamentares a se mobilizarem em busca do novo nome para a presidência e há pelo menos quatro na lista, segundo O Globo, dos quais, dois nomes já despontam como favoritos ao cargo: o do deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil, e o de Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos. Ao mesmo tempo, parlamentares de partidos da base tentam conquistar o apoio do governo para entrar na disputa, o que impacta na dificuldade do Executivo em formar uma defesa sólida no Parlamento.

Um dos interessados em ter a validação de Lula na corrida à presidência da Câmara é o atual líder do PSD, Antonio Brito (BA). De acordo com O Globo, a bancada do partido se reuniu com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na última terça-feira (13), oportunidade em que o PSD pediu empenho do governo para eleger Brito em 2025. A campanha é endossada por Gilberto Kassab, presidente da legenda, conhecido por transitar bem entre as diferentes forças políticas do país.

"Fico contente com esse reconhecimento e tenho a compreensão que a eleição acontecerá no momento certo", afirmou Brito ao GLOBO, admitindo a candidatura.

Além de Marcos Pereira, o deputado Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB, é citado pelo deputado do PSD como um concorrente interno dentro do seu bloco partidário. O emedebista, aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), desconversa sobre a intenção de concorrer e afirma que o assunto ainda "não está na ordem do dia". Apesar da distância da eleição da Mesa Diretora da Casa, a promessa eventual de apoio do Planalto é vista como um trunfo para garantir a fidelidade dos partidos que o pleiteiam.

Dentro do PSD, defensores da candidatura de alguém do partido apostam que Brito teria uma melhor interlocução com o governo, diferentemente de Elmar e Pereira, e que, por isso, poderia ser um nome mais confiável que os demais, por já fazer parte da base aliada. 

PT fora da disputa

O PT, segunda maior bancada, provavelmente abrirá mão de lançar um candidato à presidência da Câmara dos Deputados em troca de um nome de consenso, seguindo o exemplo da reeleição de Lira no início do ano. A intenção é unir partidos aliados ao governo e de oposição em um mesmo bloco, sem que sejam bolsonaristas ou oposição declarada. 

"Teremos de conversar com o bloco que elegeu o Lira. Todos os grandes partidos têm direito a reivindicar a presidência (da Câmara). Só não pode ser bolsonarista e nem oposição", disse o deputado Jilmar Tatto (PT-SP).

Outros parlamentares também estão evitando se colocar como candidatos neste momento, mas estão intensificando a campanha nos bastidores. A eleição para o comando da Casa está sendo antecipada e a interação entre Lula e Arthur Lira divide o PT e o governo. Elmar e Pereira, que já buscaram apoio de Rodrigo Maia em 2019, enfrentaram desafios e mudanças partidárias. Lira, considerado o principal cabo eleitoral, mantém mistério sobre seu candidato e afirma que a definição só ocorrerá em 2025.

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