“Do ponto de vista dos médicos, estou curada”, diz Dilma

A ministra afirmou ainda que planeja fazer o anúncio oficial da cura nos próximos dias

Ministra Dilma Rousseff | Divulgação
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Em entrevista ao programa "Gaúcha Atualidade", da Rádio Gaúcha, de Porto Alegre (RS), a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anunciou na manhã desta quinta-feira (3) que esta curada de um câncer do sistema linfático - parte do sistema de defesa do organismo - identificado em abril deste ano e que levou a ministra a fazer tratamento quimioterápico durante quatro meses.

"Concluí o tratamento de radioterapia. Semana que vem faço os exames (finais). E, acho que até vou fazer um anúncio, mas revelo aqui em primeira mão que, do ponto de vista dos médicos, estou curada", disse Dilma em entrevista à Rádio.

Por telefone, a assessoria do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, informou ao G1 que os médicos da ministra confirmaram a conclusão do tratamento contra o câncer. Os médicos, no entanto, preferiram não comentar as declarações de Dilma, alegando que a própria ministra teria pedido discrição sobre o tratamento.

A ministra afirmou ainda que planeja fazer o anúncio oficial da cura nos próximos dias. No dia 25 de abril, a ministra de 61 anos informou que havia retirado um tumor de 2,5 cm da axila esquerda. Dilma deu entrevista com seus médicos Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff e Yana Novis no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.

Segundo os médicos de Dilma afirmaram na época, o tumor era um linfoma, um câncer do sistema linfático. Ele foi retirado para ser avaliado e, de acordo com a equipe médica, exames posteriores detectaram que ele era o único foco da doença no organismo.

Dilma passou por tratamento de quimioterapia preventiva para evitar o surgimento de novos nódulos. Para facilitar a administração dos medicamentos nesse período, ela implantou um cateter embaixo do braço direito.

Dores

Na madrugada de 19 de maio, Dilma foi internada devido às dores musculares que sentia nas pernas, provocadas pelo tratamento quimioterápico e teve de ser medicada com analgésicos derivados de morfina. Exames de sangue tiveram resultados normais. A ministra passou algumas horas sob a observação dos médicos e retornou a Brasília, tendo suspendido a agenda oficial naquela semana.

Ao sair do hospital, Dilma agradeceu a solidariedade dos colegas. "?Queria aproveitar e agradecer a quantidade de solidariedade que nesse período eu recebi. Agradeço aquelas pessoas que estão rezando por mim. Agradeço as que torcem por mim. Agradeço as que me encontram e dizem que vai passar", disse.

Nesse mesmo dia, a ministra também admitiu que estava usando uma peruca em razão da perda de cabelos provocada pela quimioterapia. "Estou usando uma peruquinha básica, como vocês podem notar. Quando [o cabelo] estiver da altura mais ou menos dos masculinos, vou tirar porque peruca é muito chato", afirmou.

Candidatura

Dilma condenou os que relacionam a doença e a possível candidatura dela à Presidência da República. "Acho de muito mau gosto misturar uma doença que é hoje curável com questões políticas. A própria população vai entender que isso não é adequado." Sobre a candidatura, repetiu: "não falo nem amarrada".

Dilma Rousseff é considerada o principal nome do PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. Em 15 de abril, em entrevista à Rádio Globo, Lula disse: "Fazer minha sucessão é uma tarefa gigantesca. Todo mundo sabe que tenho intenção de fazer com que Dilma seja candidata do PT e dos partidos, mas se ela vai ganhar vai depender de cada brasileiro"

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