Na reportagem, a revista diz que o fracasso brasileiro não é só culpa da presidente Dilma Rousseff, mas de toda a classe política, que "decepcionou o país por meio de um mix de negligência e corrupção".
Após descrever a votação do impeachment na Câmara como um dos momentos "mais estranhos" da vida política nacional, a Economist diz que a "mancha de corrupção" está espalhada por muitos partidos brasileiros: "dos 21 deputados sob investigação no caso da Petrobras, 16 votaram pelo impeachment de Rousseff. Cerca de 60% dos congressistas enfrentam acusações de delito criminal."
"O alarmante é que aqueles que estão trabalhando para sua saída (de Dilma) são, de muitas formas, piores do que ela", segue a reportagem.
A Economist opina que um governo Michel Temer poderia trazer um "alívio econômico de curto prazo", mas pondera que o PMDB também é citado nos escândalos de corrupção e menciona as acusações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, réu na operação Lava Jato.
Segundo a revista, para enfrentar um cenário de recessão, inflação e desemprego, a melhor saída seria a convocação de eleições gerais.
"Um novo presidente pode ter um mandato para embarcar em reformas que escaparam dos governos durante décadas. Os eleitores também merecem uma chance de livrar-se de todo o Congresso infestado de corrupção. Apenas novos líderes e novos legisladores podem realizar as reformas fundamentais de que o Brasil necessita."
No entanto, a publicação considera essa possibilidade pouco provável, já que depende dos atores que estão hoje no poder. E conclui que os eleitores "não devem se esquecer deste momento", porque terão a chance de ir às urnas para votar por "algo melhor".