Afastado de suas funções de o dia 22 de maio, por decisão da Corte Especial administrativa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, recorreu ao Conselho Nacional de Justiça, solicitando a retomada de seu cargo e uma auditoria na 13ª Vara Federal de Curitiba. Ele foi afastado por representação de desembargador que é pai de sócio de Sérgio Moro.
Os advogados de Appio, Pedro Serrano, Rafael Valim e Walfrido Warde, representaram o magistrado e enviaram os pedidos ao CNJ. A decisão de afastamento foi provocada por uma representação feita pelo desembargador Marcelo Malucelli, do TRF-4. Vale ressaltar que Malucelli é pai do advogado João Eduardo Malucelli, que é sócio do ex-juiz Sergio Moro em um escritório de advocacia.
Em abril, o desembargador restabeleceu uma decisão que determinava a prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran, mesmo após o Supremo Tribunal Federal suspender as ações penais contra ele. Na época, havia expectativas de que Duran apresentasse provas contra Sérgio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol.
Appio assumiu a titularidade da 13ª Vara Federal de Curitiba em fevereiro deste ano, com o objetivo de ressignificar o legado da "lava jato". Em uma de suas primeiras sentenças, ele absolveu o empresário Raul Schmidt Felippe Júnior das acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, declarando a nulidade da quebra de sigilo bancário realizada pelo Ministério Público Federal sem autorização judicial.
Como um dos últimos atos em seu comando, o juiz determinou a instauração de um inquérito para investigar a instalação de um grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.