Eduardo Bolsonaro recebeu salário integral da Câmara mesmo estando nos EUA

Deputado licenciado embolsou R$ 34,6 mil em março enquanto articulava no exterior contra decisão do STF sobre caso do pai

Deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro | Foto: Saul Loeb/AFP Deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro | Foto: Saul Loeb/AFP
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O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) continuou recebendo seu salário integral da Câmara dos Deputados no valor de R$ 34.615,76, durante o mês de março, mesmo estando nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro.

Os dados constam no portal da transparência do Legislativo, mostrando que o parlamentar teve descontados R$ 11.750,43 de Imposto de Renda sobre seu subsídio mensal de R$ 46.366,19.

A situação chama atenção porque Eduardo anunciou em 18 de março que permaneceria no exterior para articular uma resposta internacional ao Supremo Tribunal Federal, após a corte aceitar a denúncia que tornou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado. Na ocasião, o deputado afirmou que se licenciaria do mandato "sem remuneração", mas os registros financeiros mostram que ele seguiu recebendo os valores normalmente.

Os registros de presença na Câmara revelam que Eduardo acumulou 4 faltas não justificadas em 19 sessões deliberativas com votação no plenário, equivalente a 21,05% de ausências. O parlamentar, que havia sido cotado para assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores, não se manifestou sobre a manutenção de seus vencimentos durante o período no exterior.

Enquanto isso, deputados da bancada do PT ingressaram com uma notícia-crime no STF, pedindo a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro. Os parlamentares governistas alegam que o deputado estaria atentando contra a soberania nacional ao articular com o Congresso norte-americano contra o ministro Alexandre de Moraes e as investigações sobre o suposto golpe de Estado.

Eduardo, que mantém relações próximas com aliados do ex-presidente Donald Trump, defende-se afirmando ser vítima de perseguição política. O caso expõe as tensões entre o Judiciário e a ala bolsonarista no Congresso, enquanto o processo contra Jair Bolsonaro avança no STF. A situação também reacende o debate sobre os mecanismos de controle de ausências e remuneração de parlamentares licenciados, especialmente em casos de longas permanências no exterior.

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