
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de deixar o PSDB para viabilizar sua candidatura à presidência em 2026. A declaração aconteceu no dia 14 de março, durante um almoço com empresários, em meio a negociações sobre o futuro do PSDB, que está em discussões de fusão com outros partidos.
Leite, que possui 24 anos de filiação ao PSDB, afirmou que está disposto a buscar o caminho que lhe permita contribuir para o país, mesmo que isso signifique se afastar de seu partido. "Se estreitar o caminho através do PSDB, vamos ter que procurar aquele que melhor me permita a participação", disse o governador.
CONVITE DO PSD E RESISTÊNCIA A OUTRAS ALIANÇAS
O governador recebeu um convite para se filiar ao PSD, mas essa opção ainda está em análise. No partido de Gilberto Kassab, Leite não teria o apoio necessário para disputar a presidência, já que o PSD tem a intenção de apoiar o governador do Paraná, Ratinho Júnior, ou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o cargo de chefe do Executivo federal. A decisão do PSD depende ainda dos movimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, apesar de inelegível, segue sendo uma figura central nas articulações da direita.
PSDB E POSSÍVEIS ALIANÇAS
Entre os partidos que estão em negociação para se unir ao PSDB, o Republicanos e o MDB são improváveis de apoiar uma candidatura presidencial de Leite. Por outro lado, o Podemos e o Solidariedade mostraram interesse em apoiar o governador gaúcho. A presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu, tem um bom relacionamento com Leite e manifestou interesse em aderir a um projeto que busque superar a polarização política.
Nos bastidores, o Podemos tem feito gestos de fidelidade aos tucanos, facilitando a saída de senadores do Podemos para o PSDB. No entanto, os tucanos negam qualquer ligação entre esses episódios.
PSDB MANTÉM A CANDIDATURA DE LEITE COMO PRIORIDADE
Apesar de admitir a possibilidade de deixar o PSDB, aliados de Leite garantem que a candidatura presidencial do governador é uma prioridade para o partido. O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, reafirmou que o projeto de candidatura de Leite tem sido apresentado aos demais partidos como uma prioridade nas negociações.
Em um vídeo recente, Leite destacou o papel do PSDB na construção de um “futuro melhor” para o Brasil, reforçando a importância do partido para o país. Ele ressaltou que os brasileiros querem mais soluções e menos brigas políticas, afirmando que o PSDB tem a capacidade de colocar o país nos trilhos novamente.
FUTURO POLÍTICO DE LEITE NO RIO GRANDE DO SUL
Além das indefinições sobre sua candidatura à presidência, Leite também enfrenta uma decisão sobre seu sucessor no governo do Rio Grande do Sul. Seu vice, Gabriel Souza (MDB), tem a intenção de disputar a eleição, mas enfrenta resistência interna. Outros nomes, como o secretário da Casa Civil, Artur Lemos, e a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, também são cogitados para a sucessão.
PSDB NEGOCIA FUSÃO COM OUTROS PARTIDOS
O PSDB, que perdeu espaço nas últimas eleições, negocia uma fusão ou federação com partidos como o Podemos, Solidariedade, Republicanos e MDB. O objetivo é buscar uma recuperação após derrotas eleitorais recentes. Caciques tucanos se reuniram com dirigentes do Republicanos para discutir um possível acordo, mas o foco atual está em costuras com o Podemos e o Solidariedade.
Em 2022, o PSDB não lançou candidato à Presidência e se aliou à candidatura de Simone Tebet (MDB), indicando a senadora Mara Gabrilli como vice. Essa aliança foi firmada após a desistência de Leite e do ex-governador de São Paulo João Doria.