Campanha eleitoral no Brasil já tem 338 casos de violência, com 33 mortos

Levantamento da Unirio contou 88 atentados, com 33 mortos, entre julho e setembro

Imagens mostram socorro ao prefeito de Taboão da Serra, Aprígio, e marca de disparo em seu veículo | Foto: Reprodução
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A campanha eleitoral deste ano contabilizou ao menos 338 casos de violência política entre julho e setembro, conforme levantamento do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio). 

Mais da metade dos episódios envolveu violência física, como o ocorrido na tarde de sexta-feira com o prefeito de Taboão da Serra (SP), José Aprígio da Silva (Podemos). Entre os casos apurados pelo grupo, 88 foram atentados, resultando em 33 mortes.

Conforme o estudo, a maioria dos alvos durante a campanha são lideranças políticas sem mandato, totalizando 166 casos. As vítimas mais frequentes são homens (71%), pessoas entre 40 e 59 anos (52%) e aquelas com ensino superior completo (61%).

O levantamento do Giel revela que a campanha deste ano ultrapassou a de 2022 em número de episódios de violência política, registrando 263 casos naquele ano, mesmo com mais cargos em disputa. Nas eleições municipais de 2020, realizadas durante a pandemia, foram contabilizados 235 casos.

O estado de São Paulo lidera em número de episódios, com 58 ocorrências entre julho e setembro. As vítimas pertencem a 25 partidos, sendo a maior parte vinculada ao União Brasil, PT e MDB.

SUSPEITO IDENTIFICADO

A Polícia Civil de São Paulo encontrou um segundo veículo supostamente usado no atentado contra Aprígio, em Taboão da Serra. Na sexta-feira, um Nissan March vermelho, incendiado no km 21 do Rodoanel, em Osasco, já havia sido localizado com munições em seu interior.

O segundo carro foi encontrado em uma residência em Osasco, onde a moradora disse que era usado por seu filho, de 33 anos. O veículo foi apreendido, e a polícia busca o suspeito, cujo nome não foi divulgado. O delegado Hélio Bressan não confirmou nem descartou a hipótese de crime político.

Prefeito de Taboão da Serra, Aprígio, foi baleado — Foto: Reprodução 

SOBRE O CRIME E ESTADO DE SAÚDE

Aprígio foi baleado no ombro esquerdo enquanto retornava de um compromisso de campanha em um carro blindado com mais três pessoas, na Avenida Aprígio Bezerra da Silva. Segundo sua equipe, outro veículo se aproximou e atirou várias vezes, perfurando a blindagem. Apenas o prefeito foi ferido.

Ele foi atendido em uma UPA e depois transferido para o Hospital Albert Einstein, onde, aos 72 anos, segue na UTI, mas estabilizado. Aprígio disputa o segundo turno contra Engenheiro Daniel (União), que obteve 48,98% dos votos no primeiro turno, enquanto ele recebeu 25,93%.

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