O candidato republicano Donald Trump, 78 anos, venceu as eleições de terça-feira (5) ao garantir votos suficientes para um novo mandato como presidente dos Estados Unidos, aponta projeção da Associated Press desta quarta-feira (6).
A vitória foi anunciada após ser atingida uma margem segura de votos em que não é mais possível que ele seja superado pela democrata Kamala Harris, ainda que a contagem de cédulas pelo país não tenha sido totalizada. Sua vitória repercutiu no mundo todo e líderes mundiais parabenizaram Trump nesta quarta.
A APURAÇÃO
Nos EUA, a apuração dos votos é responsabilidade de cada estado, já que não existe um tribunal eleitoral centralizado, como no Brasil. Esse processo pode levar semanas, o que torna as projeções essenciais para informar a população sobre o provável vencedor. A agência Associated Press (AP), com uma tradição de 178 anos, é uma das fontes mais respeitadas para a divulgação dos resultados.
Ele já discursou na Flórida, mesmo antes de Kamala reconhecer a derrota. Trump falou sobre imigração ilegal, afirmou que seu slogan será 'promessas feitas serão cumpridas' e pregou a união entre todos os americanos.
Com a vitória, Trump retorna à Casa Branca após ter perdido a reeleição para Joe Biden em 2020. Ele se torna o segundo presidente a retomar o cargo, seguindo os passos de Grover Cleveland, que serviu em dois mandatos não consecutivos no final do século XIX. Trump tomará posse em 20 de janeiro de 2025 e contará com o apoio de uma maioria republicana no Congresso, o que deve facilitar a implementação de sua agenda.
Sua eleição representa uma situação inédita nos EUA: Trump será o primeiro presidente já condenado pela Justiça. Em maio deste ano, foi declarado culpado por fraude ao classificar um pagamento a uma ex-atriz como gasto de campanha. Além disso, enfrenta outras três ações judiciais, inclusive uma relacionada a alegações de tentativa de reverter o resultado das eleições de 2020, que culminaram na invasão do Capitólio em janeiro de 2021.
Trajetória Política
Trump ingressou na política diretamente como presidente ao vencer Hillary Clinton em 2016, levando o Partido Republicano a uma posição mais conservadora. Em sua campanha atual, ele prometeu uma política rígida em relação à imigração, defendendo a maior deportação da história americana. No início de seu primeiro mandato, iniciou a construção de um muro em partes da fronteira com o México, projeto ainda inconcluso.
Trump também retirou os EUA de tratados internacionais, incluindo o Acordo Nuclear com o Irã, promovido por seu antecessor Barack Obama, e o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Em relação à OTAN, frequentemente pressionou para que outros países aumentassem seus gastos militares, levantando a possibilidade de retirada dos EUA da aliança.
Mesmo enfrentando críticas por sua gestão da pandemia e o tumulto da invasão ao Capitólio, Trump entregou uma série de conquistas aos conservadores, como a nomeação de três juízes para a Suprema Corte, redução de impostos para empresas e a revogação de diversas regulamentações governamentais.
Vida pessoal e fortuna
Trump está em seu terceiro casamento e tem cinco filhos e dez netos. Casado com a ex-modelo eslovena Melania Trump há mais de 20 anos, o casal se conheceu em uma festa em Nova York em 1998. Discreta durante o mandato do marido, Melania o acompanhou em compromissos oficiais, mas raramente deu entrevistas.
A fortuna de Trump é estimada em US$ 6,5 bilhões, acumulada através de seu conglomerado de empresas de hotéis, cassinos e campos de golfe, além de sua carreira na televisão. Embora frequentemente afirme que construiu sua fortuna sozinho, seu primeiro impulso financeiro veio do apoio de seu pai, Fred Trump, investidor do mercado imobiliário de Nova York nos anos 1950.