O empresário Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, declarou que não se arrepende de ter publicado um laudo falso que acusa Guilherme Boulos (PSOL). Marçal afirmou que sua equipe teria verificado a autenticidade do material antes de divulgá-lo nas redes sociais, apesar das inconsistências apontadas após a divulgação.
Neste sábado (5), Marçal afirmou à imprensa que o documento, assinado por um médico já falecido, teria sido entregue a ele por seu advogado e ex-CEO de seu grupo empresarial, Tássio Renam. Ele tentou se eximir de qualquer responsabilidade sobre o conteúdo divulgado, alegando que apenas compartilhou a informação.
"Quem emitiu é quem deve explicar, eu só publiquei. Minha função foi publicar, e não sei como a Meta derrubou o conteúdo tão rapidamente", declarou Marçal.
VÍNCULO COM DONO DA CLÍNICA
O candidato do PRTB admitiu que conhece Luiz Teixeira Silva Júnior, dono da clínica mencionada no laudo. Teixeira é seu vizinho em Alphaville e já apareceu ao lado de Marçal em vídeos nas redes sociais. Ele também prestou serviços estéticos à esposa de Marçal, Ana Carolina. Apesar dessa proximidade, Marçal negou qualquer envolvimento com o laudo, que foi reconhecido pela Justiça Eleitoral como tendo fortes indícios de falsificação.
MARÇAL MINIMIZA ACUSAÇÕES
Marçal afirmou que sua conduta não representa qualquer delito e que, se eleito, não teme perder o mandato por uso indevido de meios de comunicação. Ele também revelou que abriu um "canal de denúncias", por meio do qual teria coletado informações sobre Boulos, embora não tenha apresentado provas concretas até o momento.
ÚLTIMOS PASSOS ANTES DA ELEIÇÃO
Na véspera da eleição, Pablo Marçal iniciou uma caminhada de 128 quilômetros pela cidade de São Paulo. O trajeto, que ele planeja completar até a manhã de domingo (6), culminará em seu local de votação, em Indianópolis, zona sul de São Paulo.
Durante o percurso, Marçal tem feito publicações nas redes sociais a cada quilômetro, apresentando propostas ou comentando momentos da campanha, como o incidente em que José Luiz Datena (PSDB) o agrediu com uma cadeira no debate da TV Cultura. Às 14h30 deste sábado, Marçal parou para falar com a imprensa na Radial Leste, próximo ao estádio do Corinthians, afirmando que já havia completado 60 quilômetros da maratona.
O candidato destacou que a caminhada visa mostrar sua disposição e criticou o que chamou de "disputa desigual", em referência à diferença de recursos e acesso à propaganda eleitoral.
Com informações de O Globo