MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O líder sem-teto e candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi ameaçado por um homem armado na tarde de sexta-feira (9) durante uma agenda em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Ele estava com a candidata a deputada estadual por São Paulo Ediane Maria (PSOL) e cerca de 30 pessoas, entre apoiadores e membros da campanha.
O grupo realizava uma caminhada no centro comercial do município, próximo à praça da Matriz, e entregava panfletos às pessoas no local. Em determinado momento, quando eles passavam pela rua Marechal Deodoro, um homem desconhecido teria virado e dito para Boulos e Ediane e disse: "Eu sou Bolsonaro".
Segundo o candidato do PSOL, os dois tentaram dialogar com o sujeito. O homem então teria afirmado que estava armado, levantado a camiseta e botado a mão no cabo da arma.
"Só que tinha um monte de gente, estávamos à luz do dia em um centro comercial. E talvez por isso inclusive que ele não tenha levantado a arma", conta o líder sem-teto.
E segue: "A gente falou: 'Calma, calma'. Então a nossa turma saiu [do local] e ele ficou lá, com a mão na cintura".
Boulos diz que vai ingressar com uma representação no Ministério Público Eleitoral (MPE) para que o caso seja investigado. A expectativa é que as autoridades eventualmente identifiquem o autor das ameaças por meio de imagens de câmeras de segurança que possam estar no local.
"É lamentável que essa campanha esteja sendo marcada por cenas de violência política. O [presidente Jair] Bolsonaro estimula isso todos os dias, mas não vamos nos intimidar", completa.
O candidato diz que seguirá com sua agenda, mas que deve avaliar formas de aumentar a segurança.
Como mostrou a Folha, episódios ligados a ameaças, ataques e tensão relacionados à disputa eleitoral têm se acumulado no Brasil desde a pré-campanha.
Na manhã deste sábado, Boulos publicou uma nota oficial sobre o ocorrido.
"Eleição não se ganha falando alto nem com armas. Eleição se ganha no voto. A turma do Bolsonaro não irá nos intimidar. Seguiremos firmes na rua lutando e dialogando para que, a partir do dia 3 de outubro, os jovens possam sonhar com o primeiro emprego ao invés da primeira arma", diz o texto.