Neste domingo, 27 de setembro, começa, oficialmente, a campanha para as eleições municipais, definindo nomes para prefeito e vereadores. O pontapé inicial da campanha será o primeiro debate com candidatos à Prefeitura Municipal de Teresina, às 18h, na tela da Rede Meio Norte. Mas o que significa o voto? Qual a importância desse símbolo máximo da democracia? De acordo com Vítor Sandes, cientista político, professor e pesquisador da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), este é um instrumento político que deve ser valorizado pelos cidadãos.
O voto representa a escolha do eleitor em um candidato, que irá representá-lo nos próximos 4 anos. “Não existe democracia sem voto e nem representação. Por isso, este é o momento mais importante de um regime democrático e por isso deve ser valorizado por todos. O conceito de voto consciente é complexo e muito escorregadio. Em tese, todos votam de forma consciente. Talvez alguns sejam muito pragmáticos, outros mais ideológicos. Em sintese, o que importa é o eleitor se informar sobre os candidatos, sobre suas trajetórias e suas propostas e ideias para que ele escolha o melhor candidato, aquele que mais represente sua forma de ver o mundo e aquele que tenha maior possibilidade de gerar benefícios coletivos”, avalia Sandes.
O voto é um grande instrumento de transformação social. “Não é o único meio de se transformar a sociedade, mas é uma forma de se modificar os representantes, punindo aqueles que não foram bons e substituindo por outros melhores. Mas é preciso o cidadão atuar no dia-a-dia da política, fiscalizando e demandando dos seus representantes”, acrescenta o cientista político.
No Brasil, existe o chamado sufrágio, que vem do latim, suffragium, e significa o ato de manifestar apoio ou votar em um candidato. “No caso do sufrágio direto, os eleitores fazem isso diretamente nas urnas, sendo ele universal, não restrições ao direito ao voto. No Brasil, temos o sufrágio universal e direto”, explica Vítor Sandes.
Rede Meio Norte tem bateria de debates
A Rede Meio Norte está na linha de frente da informação, inclusive no período das Eleições Municipais 2020. Teresina terá dois debates para prefeito, sendo o primeiro neste domingo, e as demais capitais com abrangência da transmissão também estão inclusas na programação de debates que acontecem sempre às 18h. Os usuários do Twitter vão poder interagir e participar do confronto de ideias utilizando a hastag #debatemn. O debate também será transmitido pelo Canal Meio Norte Mais no YouTube, além das redes sociais do Grupo Meio Norte de Comunicação (GMNC).
Estão inclusos na programação em cadeia da Rede Meio Norte e TV Jornal (afiliada da TV Cultura no Piauí) debates para Teresina, Campo Maior, Picos, Parnaíba, Floriano, Timon e Piripiri. Além de São Luís, Porto Velho, Boa Vista, Rio Branco e Palmas. “É uma estrutura grande com mais de 30 debates. Nós criamos uma faixa específica para os principais debates no domingo, às 18h. Serão feitos dois debates para Teresina, além das principais cidades do Piauí. Fora o domingo, também teremos o Jogo Aberto, o programa do Amadeu Campos, que vai ser com debates de capitais de estados com sinal da Rede Meio Norte. Serão via zoom, uma inovação nos tempos de pandemia”, explica Marcos Monturil, coordenador de conteúdo da Rede Meio Norte.
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A TV Jornal, filiada à TV Cultura, também vai participar do processo eleitoral com debates de candidatos a prefeitos do interior do Piauí, além de vereadores de Teresina. Isso dentro do programa Banca de Sapateiro, do jornalista Arimatéa Carvalho, e do Diálogo Franco, com Eli Lopes e Matheus Oliveira.
Além disso, todos os outros veículos do Grupo Meio Norte de Comunicação estarão envolvidos na cobertura. As equipes do Jornal e Portal Meio Norte estarão a postos publicando flashes e informações precisas no instante em que elas acontecem. No impresso, um verdadeiro boletim com informações credíveis e análises aprofundadas.
O que faz um vereador e prefeito?
Muita gente vota em prefeito e vereador sem nem ao menos saber qual a competência de cada um. Enquanto os prefeitos são os responsáveis por implementar políticas, por meio da prerrogativa de execução do orçamento, cabe aos vereadores aprovar e rejeitar tais medidas.
Para isso, o prefeito depende do apoio legislativo junto à Câmara de Vereadores para que o orçamento e medidas de interesse do Executivo municipal sejam aprovados. Os vereadores também fiscalizam a atuação da Prefeitura, bem como fazem a representação de interesses sociais e políticos dispostas na localidade. Fazem isso por meio da apresentação de indicações ao Prefeito, Projetos de Lei, solicitação de Audiências Públicas, etc.”, revela Vítor Sandes.
O comportamento do eleitor
As eleições municipais tratam de questões municipais e não nacionais. Logo, os candidatos exploram os problemas do dia-a-dia dos espaços urbanos e rurais dos municípios. “O eleitor avalia se aquele prefeito e vereador é capaz de melhorar a vida no contexto municipal, como no acesso à saúde e à educação, bem como na mobilidade urbana, infraestrutura etc.”, aponta Vítor Sanders.
Em municípios fortemente dependentes de recursos federais e estaduais, a articulação política dos candidatos é extremamente importante e isso conta com um fator positivo junto ao eleitorado, que tendem a preferir candidatos com maior potencial de atração de recursos para seus municípios. “Por fim, em relação aos vereadores, esses possuem uma relação mais estreita com os bairros e demais localidades de um município. Logo, o eleitor tende a depositar sua confiança com vereadores que tenham maior capacidade de melhorar as condições de vida dos cidadãos, por serem articulados e/ou por representarem os interesses sociais de grupos e setores da sociedade. Caso um vereador não atenda a essas expectativas, o eleitor busca um outro candidato, ainda mais dada a dinâmica altamente competitiva deste tipo de disputa, que foi reforçada com o fim das coligações eleitorais em pleitos proporcionais”, avalia o cientista político.
Para o professor e pesquisador da Ufpi, a compra de votos é algo que perpassa de questões políticas e sociais. “Não vale a pena vender o voto, mas não podemos julgar quem troca dinheiro por voto quando o eleitor que aceitar receber recursos está em situação de vulnerabilidade. É preciso que haja formas de fiscalização mais efetivas, bem como meios de garantir que o eleitor tenha mais autonomia para poder escolher candidatos, sem a dependência direta dos candidatos, por meio da compra de voto. O vigor da democracia depende, sobretudo, de eleitor com capacidade autônoma de fazer a melhor escolha em um pleito”, finaliza.