O senador Romário (PL-RJ), candidato à reeleição, omitiu da declaração de bens entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio avaliado em R$ 6,7 milhões que a Justiça afirma pertencer a ele.
A casa onde mora, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, e o carro que usa para se deslocar no Rio ficaram fora da lista apresentada junto ao pedido de registro de candidatura, apesar de documentos que constam de processos judiciais comprovarem que o imóvel e o veículo são de propriedade do parlamentar.
O senador inicialmente apresentou ao TSE uma relação que totaliza R$ 684 mil — fazem parte dela um apartamento na Zona Norte, uma moto BMW, participações societárias, depósitos em conta e investimentos. Depois, ele informou que a contadora responsável pela declaração havia errado e que fará uma retificação, acrescentando créditos decorrentes de empréstimos que somam R$ 5,2 milhões. O patrimônio total declarado, portanto, chegará a R$ 5,9 milhões, valor ainda inferior ao volume de bens ocultos.
O principal desses bens é a casa onde Romário vive, em um condomínio na Barra. Em agosto de 2018, ao ser registrada em cartório a penhora para pagamento de dívidas do senador, o valor atribuído ao imóvel foi de R$ 5,8 milhões. A Justiça chegou a determinar o leilão da casa, assim como de uma lancha e de dois outros veículos atribuídos a ele, mas a venda foi suspensa por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Há registros de que Romário usa o espaço ao menos desde janeiro de 2016, quando comemorou seu aniversário no imóvel. No ano seguinte, o IPTU foi pago por uma conta em nome de Zoraidi Faria, irmã do parlamentar, aberta em uma agência bancária no Congresso, em Brasília — à época, Romário tinha procuração para movimentar a conta. Em outra procuração, assinada por Romário para seus advogados no fim de junho e disponibilizada ao TSE, o senador informa residir no endereço em questão. Procurado por meio de sua assessoria, Romário não respondeu.