O advogado e deputado estadual Elmano de Freitas (PT), 52, foi eleito governador neste domingo (2) no primeiro turno no Ceará, com 53,82%. Elmano focou sua campanha em prometer melhorias na educação, com mais escolas em tempo integral, e na saúde, com a criação de hospitais do câncer no interior do estado.
O primeiro turno no Ceará foi marcado pelo racha entre PDT e PT, que há 16 anos mantinham aliança para o comando do governo do estado.
A indicação de Roberto Cláudio como candidato do PDT, em detrimento à governadora Izolda Cela (sem partido), fez o PT desembarcar da parceria com o aliado histórico e lançar Elmano de Freitas com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-governador Camilo Santana.
Cela deixou o PDT em agosto e se manteve neutra na campanha até a última semana, quando declarou apoio a Elmano. Ciro Gomes chegou a falar em entrevistas que recebeu "uma facada nas costas", se referindo ao fim da aliança.
Além de romper com Camilo Santana, Ciro não teve apoio dos irmãos, o senador Cid Gomes (PDT) e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT), na campanha de Roberto Cláudio. Ambos apareceram publicamente ao lado de Camilo.
Elmano tem histórico de atuação na defesa de movimentos sociais, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e tem no currículo derrotas para a prefeitura de Fortaleza em 2012 (para Roberto Cláudio) e para a prefeitura de Caucaia, na região metropolitana da capital cearense, em 2020.
Ele foi secretário de educação de Fortaleza no segundo mandato da ex-prefeita Luizianne Lins (2005-2012) em uma gestão marcada por greve dos professores.
Em segundo lugar na disputa ficou o policial militar da reserva e deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), 43.
Capitão Wagner evitou, como na campanha derrotada para a prefeitura de Fortaleza em 2020, aliar a sua imagem ao presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar de seu vice, o ex-deputado federal Raimundo Matos, ser do PL e de em lives Bolsonaro pedir voto a Wagner.
Ele teve derrotas na candidatura a prefeito de Fortaleza em 2016 e 2020, mas foi em 2018 o deputado federal com maior votação do Ceará.
Roberto Cláudio, médico e ex-prefeito de Fortaleza, ficou na terceira colocação.
Também participaram da disputa os candidatos Chico Malta (PCB), Serley Leal (UP) e Zé Batista (PSTU).